Manifestação em Correntina leva 4 mil pessoas contra a irrigação (n.os da PM baiana)
Cerca de 4 mil pessoas, segundo cálculos da Polícia Militar, saíram às ruas nesta manhã de sábado em Correntina (Oeste da Bahia) numa manifestação contra o uso das águas dos rios pelas lavouras da região. (PS.: após a primeira publicação do NA, baseada em informações locais, dando conta de que o número de participantes ultrapassava 10 mil pessoas, a TV Oeste de Barreiras, em seu jornal vespertino rebaixou a estimativa de público para 6 ml pessoas - enquanto a Policia Militar estimou, oficialmente, em 4 mil o número de participantes. Diante disso o NS alterou sua manchete).
O ato já era esperado. Uma convocação vinha sendo feita desde a semana passada, após a invasão e destruição da fazenda Igarashi, acontecido na manhã do feriado de 2 de setembro. Com a repercussão, lideranças da Igreja e de movimentos sociais locais, ligadas à esquerda, assinaram manifesto em defesa da invasão e contra a utilização de irrigação por parte das fazendas situadas no Oeste da Bahia. Aproveitaram o manifesto e convocaram o ato deste sábado.
Enquanto isso, no restante do País blogs como o Antagonista, o site noticioso G1 e a TV Bandeirantes denunciavam o acontecido. Também houve manifestação da senadora Ana Amélia, da tribuna do Senado, enquanto na Câmara os deputados Jeronimo Gorgen, do PPS, e Valmir Assunção, do PT, se digladiavam em defesa e condenação da invasão da fazenda Igarashi.
Desta vez a manifestação foi pacifica, com pessoas vestindo-se de preto em protesto pelo que consideram uso desmedido da água do rio Arrojado.. A cidade ficou praticamente tomada pela manifestação, com a presença de caravanas vindas do município de Bom Jesus da Lapa.
A Polícia Militar acompanhou a manifestação, inclusive filmando de helicóptero a passagem do cortejo contra a irrigação. Faixas de protestos contra a mídia nacional também foram erguidas, com frases como "Não somos terroristas, somos defensores de nossos rios".
Na invasão da Igarashi,feita por mais de 500 pessoas (levadas de Correntina em ônibus e caminhonetes), todo o sistema de irrigação foi destruído, incluindo a derrubada de 32 torres de energia, e incêndio em tratores e armazéns da propriedade (que produz alimentos básicos, como feijão, tomate, cebola para o abastecimento do comercio regional). O prejuízo foi calculado acima de R$ 60 milhões. O motivo, tecnicamente, é o volume de água retirada do rio. Porém, a vazão permanece dentro da cota de segurança, acrescida das águas das chuvas que caem sobre o Oeste baiano. Documentos comprovam que a fazenda retira volume dentro do permitido pelos órgãos de fiscalização do Estado. A outorga é de 2015, e neste momento a fazenda colhe 3. 200 toneladas de feijão.
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