quarta-feira, 29 de novembro de 2017

PSOL DE ITABUNA ELEGE NOVO PRESIDENTE


O professor, militante dos direitos humanos, José Ademaques dos Santos (Professor Max), foi eleito Presidente do Diretório Municipal do PSOL de Itabuna para o biênio 2018/19. A eleição foi realizada na Câmara de Vereadores de Itabuna, no último sábado, 25.
O pré-candidato a Governador pela legenda Marcos Mendes ressaltou a importância do Psol na atual conjuntura política brasileira. De reconhecida trajetória educacional e desportiva em Itabuna há mais de 25 anos, o professor Max é licenciado em Geografia pela UESC, possui duas pós graduações em Cultura Afro Brasileira e um Mestrado em Cultura Popular.
Aos 48 anos, o novo dirigente aglutinou todas as correntes internas do partido em torno de um só projeto: Transformar o PSOL de Itabuna em um instrumento de defesa em pró das lutas dos trabalhadores, na fiscalização dos investimentos públicos no município e na reestruturação do partido. “Uma das nossas lutas é atrair a juventude para discutir política, pois o PSOL é um partido com perfil marcado pela ética e compromisso com a moralidade”, salientou.
FONTE: IPOLITICA

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Brasil permite até 5 mil vezes mais agrotóxicos do que na Europa

Brasil permite até 5 mil vezes mais agrotóxicos doque na Europa


De acordo com estudo, trabalhadores rurais e pessoas que vivem em regiões próximasàs plantações são as principais vítimas de contaminação


Estudo inédito revela que a legislação brasileira permite utilização muito maior de resíduos na águae nos alimentos em comparação com a União Europeia. O levantamento denominado "Geografia doUso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia" foi realizado pela pesquisadoraLarissa Mies Bombardi, do Laboratório de Geografia Agrária da USP (Universidade de São Paulo).
A contaminação da água é o que mais chama a atenção: o limite é 5.000 vezes superior ao máximopermitido na água potável da Europa. Alimentos contaminados também preocupam. No caso dofeijão e da soja, a lei brasileira permite o uso de agrotóxicos no cultivo em quantidade 400 e 200vezes superior ao liberado na Europa, consecutivamente.
"Infelizmente, ainda não é possível banir os agrotóxicos. Por isso, é importante questionar por que ogoverno brasileiro não usa parâmetros observados no exterior", pontua Bombardi, que ressalta quea permissividade em relação à água  uma barbárie".
A União Europeia limita a quantidade máxima que pode ser encontrada do herbicida glifosato naágua potável em 0,1 miligramas por litro, o Brasil permite até 500 vezes mais. Segundo o estudo, oBrasil tem 504 agrotóxicos de uso permitido. Desses, 30% são proibidos na União Europeia, alguns mais de uma década.
Ainda de acordo com o levantamento, os trabalhadores rurais são as principais vítimas decontaminação, seguidos por quem vive em regiões próximas às plantações.
Uma pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) estima que, para cada caso registrado, 50 nãoforam. Isto quer dizer que mais de 1 milhão de brasileiros foram intoxicados por agrotóxico entre2007 e 2014, sendo que um quinto das vítimas é criança ou adolescente. "A intoxicação representa2% do total de problemas de saúde que podem acometer a sociedade. As doenças crônicas não sãoestudadas como deveriam", revela Bombardi.
A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde ainda não se pronunciou.
A Anvisa informou que "realiza a avaliação toxicológica dos agrotóxicos, antes de os mesmos seremregistrados pelo Ministério da Agricultura" e que  uma série de restrições para registros deagrotóxicos no país.
FONTE: PIAUI HOJE

A lista de deputados que derrubaram a rotulagem de alimentos transgênicos

Apenas as bancadas de Psol, PCdoB e PTC votaram em bloco contra a mudança na lei atual, de 2003

http://informativodlm.blogspot.com.br/2015/12/deputados-que-derrubaram-rotulagem-de.html

DINAMARCA – POR LEI, SÓ TERÁ AGRICULTURA ORGÂNICA

A Dinamarca está se preparando para ter uma agricultura totalmente sustentável. Este é um dos projetos que o atual governo tem intenção de por em prática a de transformar a agricultura dinamarquesa em 100% orgânica.

http://informativodlm.blogspot.com.br/2015/08/dinamarca-por-lei-so-tera-agricultura.html

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

A cidade onde o voto nulo venceu

A cidade onde o voto nulo venceu

São Gonçalo, no Rio de Janeiro, é a cidade com maior número de votos nulos (Justiça Eleitoral/Divulgação)

A cidade de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, teve como vencedor das eleições municipais de 2016 o voto nulo.  Ao todo, 24,64% dos eleitores optaram por anular ou votar em branco  – porcentagem superior à primeiro colocado, Dr. José Luiz Nanci (PPS), que obteve 20,46% dos votos válidos. Como o resultado da eleição contabiliza apenas os votos válidos – excluindo brancos e nulos, portanto – as eleições de São Gonçalo foi decidida  no segundo turno entre o candidato do PPS DR José Luiz Nanci e Dejorge Patricio (PRB).

A cidade contava com nove candidatos no primeiro turno: confira a votação de cada candidato:


Ocupação Nome Candidato (Urna) Partido Legenda Votos Nominais Situação
Outros BRIZOLA NETO PDT PDT / PRP / PT / PC do B 49.599 Não eleito
Professor de Ensino Médio DAYSE OLIVEIRA PSTU PSTU 2.000 Não eleito
Vereador DEJORGE PATRICIO PRB PRB / PMN / PRTB 81.952 2º turno
Administrador DIEGO SÃO PAIO REDE REDE 33.474 Não eleito
Médico DR DILSON DRUMOND PSDB PTC / PSDB / PSC 31.265 Não eleito
Médico DR. JOSÉ LUIZ NANCI PPS PPS / PSL / SD 82.848 2º turno  
Professor de Ensino Superior PROF. JOSEMAR PSOL PSOL / PCB 16.754 Não eleito
Servidor Público Estadual MARLOS COSTA PSB PSB / PTB / PSD / PROS 41.145 Não eleito
Prefeito NEILTON MULIM PR PR / PMDB / PP / PHS / PT do B / PSDC / PEN / PMB / DEM / PV / PTN 65.922 Não eleito


RESULTADO DO SEGUNDO TURNO






PSOL pede para STF autorizar universitária com dois filhos a fazer aborto



O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) conceda uma liminar (decisão provisória) autorizando uma estudante a realizar um aborto sem o risco de ser investigada ou punida criminalmente pela Justiça. Segundo o G1, como a ação ainda não tem data para ser levada a julgamento no STF, o PSOL quer que a relatora do processo, ministra Rosa Weber, conceda uma decisão mais rápida em favor de Rebeca Mendes Silva Leite e “a todas as mulheres” grávidas até o terceiro mês de gestação.
Ainda conforme a publicação, o pedido foi feito dentro de uma ação do partido que quer descriminalizar o aborto realizado nas 12 primeiras semanas de gravidez, mesmo fora das situações atualmente permitidas: estupro, risco de vida para a mãe ou feto com anencefalia. O PSOL argumenta na ação que Rebeca, que é estudante de direito, já tem dois filhos – de 9 e 6 anos –, recebe salário de R$ 1,2 mil em um emprego temporário no IBGE que vai até fevereiro e paga R$ 600 de aluguel na casa em que mora com as crianças. Separada do pai deles, recebe pensão que varia entre R$ 700 e R$ 1 mil por mês.
A legenda de oposição narra ainda que Rebeca fazia uso de contraceptivo injetável a cada três meses, mas após seis anos de uso, ganhou peso e desenvolveu mal-estar circulatório. Assim, em setembro, procurou o serviço público de saúde para buscar alternativas – o ex-marido não quis realizar vasectomia por receio de afetar a saúde sexual. No Sistema Único de Saúde (SUS), ela disse que gostaria de usar um dispositivo intrauterino (DIU) de cobre, mas foi encaminhada para exame de ultrassonografia. Por causa do período menstrual, não pôde fazer o exame, remarcado para dezembro deste ano. Nesse intervalo, teve uma única relação sexual com o ex-marido e engravidou.
Para tentar convencer Rosa Weber a conceder a liminar, o PSOL argumenta que a maternidade é uma experiência de “muita gratificação e prazer” para Rebeca, “uma jovem mãe que sonha em alcançar o diploma de ensino superior a fim de oferecer maior bem-estar a sua família”. 
“A maternidade lhe é uma experiência gratificante e intensa, e exatamente por vivê-la com tanta responsabilidade e amor é que está segura em não ter condições de ter um terceiro filho. As limitações são existenciais e financeiras: por saber o que é a boa maternidade, Rebeca não poderia ter mais um filho, além de saber que os recursos financeiros da família não são suficientes”.
Ainda segundo o G1, na ação, o PSOL diz ainda que o pai do bebê, Vanderlei Silva Júnior, tem a mesma opinião e considera que interromper a gestação é o melhor para o bem-estar familiar e projeto de vida dos dois e dos filhos. O partido também ressalta que Rebeca não quer violar a lei ou arriscar a vida num aborto clandestino, considerando que tem outros dois filhos dependentes.
“A impossibilidade de prosseguir com sua decisão de forma segura e legal, com acesso aos devidos cuidados em saúde, tem causado à Rebeca intenso sofrimento mental”, argumenta o PSOL, que anexou ao processo laudos psiquiátricos apontando “intenso desconforto físico e psicológico”.
Liminar
O PSOL pede a liminar ao STF sob o argumento de que uma ação comum na Justiça poderia demorar, ultrapassando o período inicial da gravidez em que é mais seguro fazer o aborto. A sigla deu como exemplo um habeas corpus que chegou à Suprema Corte em 2003, mas que perdeu o objeto porque o julgamento ocorreu após o nascimento da criança. “A concessão de medida liminar na presente ação, em sede de controle concentrado, mostra-se com ainda mais evidência como medida imprescindível para proteger os direitos fundamentais de Rebeca e outras centenas de milhares de mulheres que, desde o protocolo desta inicial, estão enfrentando o drama de uma decisão reprodutiva ameaçada por risco à vida ou cadeia, impossibilitadas de levarem suas angústias ao sistema de justiça”, diz trecho da ação apresentada pelo partido.
O pedido é assinado pela ex-deputada Luciana Genro (RS), pela professora de direito Luciana Boiteux (candidata a vice-prefeita do Rio de Janeiro na chapa de Marcelo Freixo em 2016) e pelas advogadas e pesquisadoras no Instituto de Bioética (Anis) Gabriela Rondon e Sinara Gumieri.

FONTE: BOCÃO NEWS

Tiros em Columbine, filme completo


Tiros em Columbine, filme completo - Famoso documentário que aborda a questão da violência nos Estados Unidos. Por que 11 mil pessoas morrem a cada ano nos Estados Unidos vítimas de armas de fogo ? Os " cabeças falantes " grito da tela da televisão e culpando Satanás jogos e vídeo. Mas, o que os Estados Unidos difere de outros países? Por que os Estados Unidos tornou-se responsável e vítima desse tipo de violência? " Bowling for Columbine " é um filme sobre o controle da venda de armas, é um filme sobre o medo de 280 milhões de americanos que se sentem mais seguros sabendo que a posse de armas é um direito consagrado na Constituição. Neste estudo incisivo e tragicômico da violência e sua relação com armas de fogo são personalidades como Charlton Heston, George W. Bush e Marilyn Manson. Ele ganhou vários prêmios de Melhor Documentário EUA, entre eles o prestigiado National Board of Review e os Chicago Film Critics Awards, bem como o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro de corrida filmes - em Cesars da Academia Francesa de Cinema.

Artigo de Camila Petribú sobre o Tiros em Columbine e Michael Moore, extraído de seu blog

Texto reflexivo sobre o documentário “Tiros em Columbine”
Assisti a Tiros em Columbine pela primeira vez em 2011, quando cursava a oitava série do Ensino Fundamental. Na disciplina de Geografia, estudávamos o poder estadunidense nos cenários econômico, bélico, político e social e, não nego: Michael Moore, documentarista americano, me conquistou logo nos primeiros minutos de filme. A facilidade com a qual se adquirem armas nos EUA é assustadora, conforme mostra o cineasta. Em uma ida ao banco, em um dia qualquer, você abre uma conta e, pasmem, ganha uma arma. Simples assim. Sem grandes burocracias.
Acredito que Moore é um amante ou, ao menos, estudioso da filosofia de Sócrates. Ele sabe bem usar a maiêutica socrática, ou seja, domina, com maestria, a arte de dar luz a ideias. É irônico, no sentido filosófico, ao perguntar fingindo não saber e, também, na forma na qual é atribuída a ironia atualmente: usa palavras opostas, de significado antagônico, e pergunta o óbvio. Chega a ser cômica, para não dizer “trágica”, a forma como questiona ainda no banco, ao receber a arma: “Não é um bocado perigoso darem armas dentro de um banco?”. Moore, pergunta da mesma maneira que Stela Guedes, no livro “Sobre Entrevistas”, diz que um jornalista deve perguntar: como uma criança. Não “perguntar por perguntar”, para, simplesmente, cumprir-se uma tabela, mas, sim, perguntar para, realmente, querer saber da resposta.
Moore não se preocupa, apenas, com dados e informações que satisfaçam um simples lead jornalístico. Ele se importa com o “por trás” do massacre na escola de Columbine e quer dar voz a todos os envolvidos. Quer entender a história não só dos jovens que cometeram o crime ou das famílias que perderam adolescentes na chacina, Michael Moore quer entender como a história de cada um, dos Estados Unidos, do comércio e da mídia podem ajudar a compreender o que ali aconteceu.
Tiros em Columbine me fez lembrar do projeto experimental de Thaysa Oliveira e Isabela Alves, estudantes de Jornalismo da Unicap. O documentário das meninas, “Quem puxou o gatilho?”, mostra que, em situações como suicídios, chacinas ou atos terroristas, o “puxar” o gatilho envolve muito mais gente do que aquele indivíduo que provocou o acidente ou a morte de uma ou mais pessoas. A cultura armamentista estadunidense, vista pelos cidadãos como algo necessário para garantir a segurança dos lares e das famílias, pode ter sido, então, a principal responsável por “puxar” o gatilho tanto em Columbine como em diversos outros crimes causados por armas de fogo. Entre ironias e maiêuticas, Moore faz com que seus entrevistados reconheçam, muitas vezes, a própria ignorância e questionem, de fato, quem puxou o gatilho em Columbine.
Assistam ao documentário “Tiros em Columbine”, de Michael Moore.
Artigo de Camila Petribú ao Chá das quatros 
FONTE: http://chadasquatro.com.br/quem-puxou-o-gatilho-em-columbine/#more-337


PMDB expulsa senadora Kátia Abreu do partido

PMDB expulsa senadora Kátia Abreu do partido

Sigla informou ter acatado imediatamente a resolução da Comissão de Ética


São Paulo – O PMDB expulsou a senadora Kátia Abreu (TO) e cancelou sua filiação ao partido, obedecendo a uma recomendação da Comissão de Ética interna.

Em nota publicada no site, o atual presidente do partido, Romero Jucá, afirma que a decisão representa “nova fase de posicionamento” do PMDB.
No Twitter oficial do partido, uma publicação afirma que o PMDB “não tolerará mais desrespeito e ataques sórdidos como aqueles feitos em diversas oportunidades pela senadora”.
A decisão, unânime, foi justificada por um artigo do Código de Ética do partido, que prevê expulsão por “ofensas graves e reiteradas contra dirigentes e detentores de mandatos eletivos do Partido, ou contra a própria legenda”.
Outro artigo, esse do estatuto do PMDB, também foi invocado para justificar a suspensão, em que também é listada, como ofensa grave, qualquer “infração legal”. A senadora argumentou, em sua defesa, que os membros acusados e investigados por corrupção não foram expulsos da sigla. Ainda cabe recurso.
Em setembro, Kátia Abreu tinha sido afastada por 60 dias para que a Comissão de Ética analisasse seu pedido de expulsão.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima, dono do “bunker” que continha 51 milhões de reais em dinheiro vivo e que está preso, também foi afastado na mesma época, por vontade própria, mas continua no partido.

FONTE:  EXAME

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

PSOL quer referendo para Reforma Trabalhista


A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados apresentou emenda exigindo que seja realizado um referendo para que a população se manifeste sobre as mudanças feitas através da Reforma Trabalhista.
A emenda foi apresentada à Medida Provisória enviada por Temer para alterar pontos da própria reforma. O governo, na tentativa de atropelar a oposição, enviou a MP um dia antes do feriado do dia 15/11, dificultando a apresentação de emendas. No entanto, o tiro saiu pela culatra e a medida recebeu um número recorde de emendas – inclusive a do PSOL.
A ação do partido sugere que todas as alterações da reforma, inclusive as da MP, sejam colocadas à prova para que a população se manifeste sobre elas. A Reforma Trabalhista alterou mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), atacando direitos históricos dos brasileiros e brasileiras.
A MP, por sua vez, não cumpre o prometido: diz que altera a reforma para corrigir “distorções”, mas mantém os principais pontos que retiram direitos para agradar o mercado.
FONTE: PSOL NACIONAL

PSOL ocupou o plenário da Câmara Municipal de Porto Seguro



Hoje a militância do PSOL ocupou o plenário da Câmara Municipal de Porto Seguro. Com cartazes e palavras de ordem, exigimos que os vereadores cumprissem o seu papel constitucional de fiscalização do poder executivo. Diante das denúncias de corrupção envolvendo a prefeita Cláudia Oliveira, defendemos que a Câmara instalasse uma Comissão Especial de Investigação para apurar as fraudes nos processos licitatórios que desviaram mais de 200 milhões de reais dos cofres públicos, segundo a Polícia Federal. Estranhamente, os vereadores se voltaram contra o PSOL e seus representantes, com acusações infundadas, agressões verbais e disseminação do ódio. O vereador Dilmo Santiago, líder do governo, chegou a dizer que éramos incompetentes e que não tínhamos legitimidade para protestar. A raiva descontrolada do vereador é porque sabe que com o PSOL não tem rabo preso, com o PSOL não tem toma-lá-dá-cá, com o PSOL não tem arrego. Acostumado com a política de balcão de negócios, quer medir a nossa prática política com suas próprias lentes e não consegue enxergar que nós não nos limitamos às urnas e nem aos cargos, pois sabemos que a mudança só acontece com a luta do povo, construindo nas ruas e nas redes sociais uma alternativa popular, independente e democrática para a cidade. Se incomodamos bastante hoje é porque não somos incompetentes. E se vamos continuar incomodando a velha política é porque fazemos parte daqueles que querem mudança.

#QueremosCPI
#CassaçãoJá


FONTE: PSOL DE PORTO SEGURO

PSOL teve sede invadida e documentos roubados nesta quarta, em Nova Iguaçu, RJ

PSOL teve sede invadida e documentos roubados nesta quarta, em Nova Iguaçu, RJ


Por: Carol Burgos, da Redação
Sede do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), na cidade de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, foi alvo de invasão, nesta quarta-feira (22). De acordo com integrantes do partido, o portão e a porta do local foram encontrados arrombados, papeis e documentos espalhados e alguns objetos foram roubados. Apesar disso, uma quantia em dinheiro, que se encontrava no local, não foi levada, o que levanta a suspeita de crime político.
Em Nova Iguaçu, além do PSOL, outros partidos de esquerda sofreram ataques semelhantes. A sede do PCB sofreu um atentado incendiário e a do PSTU já foi invadida. Recentemente, o Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu teve intervenção da polícia, que tentou impedir à força a realização de um ato contra o governo Temer e as reformas Trabalhista e da Previdência.
“Nenhum destes ataques será capaz de nos calar ou de nos fazer recuar, nossa atuação está em uma crescente, fortalecendo os sindicatos e movimentos pela base. Continuaremos com o movimento de oposição na rua, denunciando e lutando contra toda forma de opressão”, opinou um dos integrantes do partido em denúncia nas redes sociais.
NiteróiAinda nesta semana, o PSOL de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, também foi alvo de ataque. Na terça-feira, através de uma ligação, a vereadora Talíria Petrone foi alvo de xingamentos e ameaças. O homem, autor do telefonema, afirmou que jogaria bombas na sede do partido durante reuniões. Após o ocorrido, a Executiva Nacional do PSOL lançou uma nota em solidariedade e afirmou que as denúncias já foram formalizadas por meio de notícia-crime.
“Não é de hoje que temos sido alvos da violência e do autoritarismo na política. No início deste ano, a sede já havia sido pichada com dizeres ameaçadores e invadida por um homem armado e com discurso intimidatório. Também têm sido recorrentes nas redes as raivosas manifestações de preconceito de conotação machista, racista e LGBTfóbica contra a única vereadora mulher em exercício na Câmara, a mais votada da cidade e à frente de um mandato feminista, negro e popular. Ao denunciar e repudiar toda e qualquer manifestação autoritária, violenta e discriminatória na política, afirmamos que o PSOL vai se manter firme e jamais recuar no combate às opressões e aos preconceitos de classe, raça, gênero ou orientação sexual. Vamos seguir lutando em defesa de uma sociedade onde se possa respirar a liberdade política, a democracia e o respeito aos direitos humanos”, afirmou a Executiva em nota.
FONTE: ESQUERDA ONLINE

Pastores evangélicos são alvos de investigação da PF por golpes em fiéis

Pastores evangélicos são alvos de investigação da PF por golpes em fiéis

Quadrilha prometia lucros em negócios fictícios envolvendo ouro 'do tempo do Império' e antigas 'letras do Tesouro Nacional' utilizando-se da fé


                            
A Polícia Federal identificou a atuação de pastores evangélicos para beneficiar uma organização criminosa investigada por golpes milionários que atingiram pelo menos 25 mil pessoas em todo o país. A Operação Ouro de Ofir foi deflagrada na terça-feira, contra um grupo que prometia lucros estratosféricos às vítimas em negócios fictícios envolvendo ouro "do tempo do Império" e antigas "letras do Tesouro Nacional".

Sidiney dos Anjos Peró, alvo de prisão temporária, é apontado com um dos líderes e responsável por arregimentar pastores com o fim de ludibriar e tirar dinheiro dos fiéis. "A característica principal da fraude está em atingir a fé das pessoas e na sua crença em um enriquecimento rápido e legítimo, levando-as a crer, inclusive, que tal mecanismo seria um 'presente de Deus aos fiéis', ou seja, trazendo a fé religiosa para o centro da fraude", afirma o delegado Guilherme Guimarães Farias, em relatório.

Segundo o inquérito, diversas narrativas foram inventadas pela suposta organização criminosa para ludibriar as vítimas. No entanto, apenas os crimes cometidos por intermédio de duas histórias são alvo da ação.
 
Uma delas se refere a uma família de Campo Grande (MS) detentora dos lucros sobre a venda de centenas de toneladas de ouro do tempo do Brasil Imperial (1822-1889), mas, para repatriar os valores obtidos com os lucros, alega ter um acordo com uma "Corte Internacional", que coloca uma condição: 40% do montante que receberiam os herdeiros no Brasil teriam de ser doados a terceiros.

Em outro golpe, as vítimas davam valores em troca de uma comissão sobre a "recuperação de antigas letras do Tesouro Nacional". O esquema era o mesmo: em troca de quantias de, no mínimo, R$ 1 mil, eram prometidos às vítimas grandes lucros. Em ambos os casos, as pessoas nunca receberam o que foi prometido. Há quem já tenha dado mais de R$ 20 mil ao grupo.

De acordo com a PF, abaixo dos mentores dos esquemas, estão "corretores", que ficam a cargo de cooptar vítimas e inseri-las em grupos nas redes sociais, e escriturários, que fraudavam documentos.
Um dos golpes tem como mentor Sidiney dos Anjos Peró, conhecido pelas vítimas como "‘Dr. Peró". Ele se diz juiz, mas apenas possui uma carteira de identificação de juiz arbitral do Tribunal de Justiça Arbitral Brasileiro. "É um cargo que não existe. Um árbitro existe em Câmaras de negociação, não é um cargo público. O que eles queriam era status", afirma o delegado que conduz as investigações.

Guilherme Farias afirma, em representação à Justiça, que "além dos símbolos usados por Peró, que remetem à fé cristã, como a Estrela de Davi e a Arca da Aliança", o suspeito "arregimenta pastores evangélicos, possivelmente como corretores, para vender 'aportes' de sua operação a fiéis das respectivas igrejas evangélicas onde referidos pastores agem também de forma criminosa, seja vendendo 'aportes' ou mesmo divulgando e estimulando uma operação ilegal". "Vários pastores são citados nos grupos, dos mais diversos estados brasileiros", relata.

A PF ainda afirma que "Sidinei dos Anjos Peró está sendo alvo de uma investigação na Policia Civil de Primavera do Leste/MT, juntamente com Gleison França do Rosário, que tudo indica, teria sido seu 'corretor' na região citada, fato este ocorrido dentro de uma igreja evangélica, inclusive com a participação do pastor responsável pela instituição religiosa’.

O nome da operação faz referência a uma passagem bíblica, na qual o ouro da cidade de Ofir era finíssimo, puro e raro, sendo o mais precioso metal da época. Ofir nunca foi localizada e nem o metal precioso dela oriundo.
A defesa de Sidiney dos Anjos Peró não foi localizada pela reportagem. O espaço está aberto para manifestação.


CORONEL DA RESERVA IBIS PEREIRA SE FILIA AO PSOL

Íbis, o coronel comunista da PM

O perfil do coronel, que passou à reserva ano passado, traz esperança na área de segurança pública: de esquerda, se define como "comunista herético", também é a favor da descriminalização das drogas

Íbis Pereira: para ele, esquerda abre enorme brecha aos mais conservadores — em especial entre os mais pobres — quando despreza debate sobre segurança pública

Ibis Pereira, consultor de Marcelo Freixo, propõe as bases de uma nova política nacional de segurança pública. Começa com o fim da “guerra às drogas”, diz ele

Entrevista feita por Cynara Menezes, na Socialista Morena
O coronel Ibis Pereira, da PM do Rio de Janeiro, combina de encontrar comigo, numa manhã ensolarada de inverno, em uma charmosa livraria-café do centro da cidade, ao lado da Assembleia Legislativa. Chego na hora e dou de cara com ele lá dentro, folheando livros. Me cumprimenta com dois beijos na face e comenta, alisando a capa de um dos volumes expostos à sua frente:
– Adoro Eça de Queiroz.
O perfil do coronel de 54 anos, que passou à reserva no ano passado, tinha capturado minha atenção durante a campanha à prefeitura do Rio, em 2016, quando atuou como consultor de Marcelo Freixo, candidato do PSOL. Formado em Direito e Filosofia, com mestrado em História, Íbis acaba de se filiar ao partido. Mas sua ligação com o pensamento progressista é anterior ao PSOL, a Freixo e à própria polícia.
Como você se aproximou do progressismo? Porque a imagem que as pessoas têm da polícia é que todo mundo ali é conservador.
O que não é verdade, tem uma massa considerável na polícia que é progressista. Eu venho de uma militância católica, de Juventude Operária Católica. Apesar de morar no Rio de Janeiro e a nossa igreja sempre ter sido muito conservadora, eu vivia num bairro muito próximo da Baixada Fluminense e a gente tinha a influência das igrejas da Baixada, de Nova Iguaçu, Caxias, que eram mais progressistas. Então a Teologia da Libertação sempre foi uma marca muito forte na minha trajetória, na compreensão da minha própria fé, que é algo que me acompanha até hoje. Se não fosse por este movimento, acho que eu não estaria mais no cristianismo. Católico, pelo menos, não. Quando entrei na polícia, já vinha desse movimento. E entrei em 1983, num momento de renovação, junto com os primeiros governadores eleitos depois da ditadura. O governador eleito aqui foi Leonel Brizola, que escolhe como comandante-geral da Polícia e como secretário de Estado da Polícia um homem que para mim foi decisivo: o coronel Carlos Magno Nazareth Cerqueira, um progressista.
[O coronel Cerqueira, um policial visionário, à frente do seu tempo, que foi secretário de Brizola nas duas vezes em que governou o Rio, seria assassinado em 1999 com um tiro no olho direito no saguão do prédio onde trabalhava o advogado Nilo Batista, ex-governador do Estado. O crime foi atribuído a um sargento, executado em seguida com um tiro na nuca supostamente pelos seguranças do prédio. Mas o assassinato nunca foi completamente elucidado.
Primeiro comandante negro da Polícia Militar do Rio, Cerqueira foi pioneiro em falar de direitos humanos na área de segurança pública. Numa reunião do governo, Brizola colocou as diretrizes pelas quais seria massacrado na mídia: proibiu a polícia de entrar nos barracos das favelas sem ordem judicial. No dia seguinte, os jornais cariocas o atacavam dizendo: “Brizola proíbe a polícia de subir o morro”.]
Ideologicamente, como você se define?
Sou um comunista místico, um marxista herético (risos). Porque sou basicamente um marxista — mas não totalmente, porque não sou materialista. Creio em Deus, sou uma mistura de Cristo com Karl Marx. Penso que se Deus existe e nós todos somos irmãos, essa sociedade não comporta senhores e escravos, dominantes e dominados. E ninguém pensa uma política de segurança pública sem uma concepção de como a sociedade deve se organizar. Estamos falando do coração do Estado, não é possível uma visão técnica apenas. A primeira violência é a miséria, a exclusão, e elas só se resolvem rumando para uma sociedade mais igualitária, mais justa.
Brizola acertou em sua política de segurança?
Acertou. Para você ter uma ideia, a aula inaugural do meu curso de formação foi exatamente sobre a relação entre polícia e direitos humanos, que era uma marca que Brizola trouxe. Isso já está lá na Carta de Lisboa, em 1979. Cerqueira era uma pessoa fantástica, que tinha a visão de uma polícia imbricada com a civilização, com a democracia. A polícia é filha do Estado Democrático de Direito. Das instituições do Estado Democrático de Direito, talvez seja a mais nova. Antes disso não tem polícia, tem bando. E é isso que muita gente, muitos policiais ainda não compreendem: quanto mais um Estado promove a lei, mais a polícia é forte. Muitos policiais ainda entendem que Estados fortes, duros, Estados policiais, favorecem a polícia. É exatamente o contrário. E essa foi uma questão que Brizola e Cerqueira procuravam vincar bastante, esse respeito que o policial deve ter pela legislação, pela casa como asilo inviolável, pelo barraco como residência. Isso em 1983 era uma coisa que soava como conivência com o crime. Até hoje tem policial no Rio de Janeiro dizendo que Brizola proibiu a polícia de subir o morro, de enfrentar o crime. Uma mentira. O que ele proibia é que você fizesse operação em favela sem planejar e entrar na casa dos outros sem determinação. Quando entrei na polícia, você podia entrar num domicílio pela determinação de um delegado. A Constituição de 1988 é que tornou exclusivo do mandado judicial. Quando se começou a discutir se poderia entrar em uma casa sem determinação judicial, o que Brizola já falava. Em 1983, foi um horror. As pessoas diziam que a polícia não podia mais trabalhar, que agora o serviço policial estaria inviabilizado e até hoje se tem dificuldade de compreender isso. Tem juiz que emite mandado de busca para todas as residências de uma favela. Em 2017, no Rio de Janeiro, ainda tem isso. Brizola tentou coibir naquela época e pagou um preço muito grande.
Mas então o que faltou? Continuidade? Porque Brizola sai e em vez de elegerem Darcy Ribeiro, os cariocas se deixam influenciar pela Globo e elegem Moreira Franco…
Para a gente entender por que não vingou, a gente tem que entender que Brizola não era apenas alguém que vinha do exílio, não era apenas um inimigo da ditadura, era o grande inimigo da ditadura. Mais que o próprio Goulart, mais que Arraes, que qualquer outra figura. E sempre ficou muito claro, pelo menos pra gente, que o objetivo do Brizola era o governo brasileiro. Com seis meses de governo, há uma reportagem da revista Veja associando o governo Brizola ao caos, ao horror, às invasões, uma capa assustadora. O governo dele foi boicotado desde o início. Nós tivemos grandes ideias de transformação das forças policiais, mas essas grandes ideias não foram acompanhadas da alocação dos recursos que seriam necessários para essas transformações. Em função de uma decisão política, que era apostar na educação (e ele estava certíssimo neste ponto), e também em função da crise econômica, faltou dinheiro.
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Naquele período, final da ditadura militar, também havia boicote do governo central a Brizola.
Claro. Ninguém queria que o governo Brizola vingasse, senão ele ia se cacifar ao governo federal. E nós tivemos um governo intermediário –eu não gosto nem falar do nome da pessoa–, do Moreira Franco, que foi um desastre.
Deixar de eleger Darcy para eleger um cara desses…
Um homem que assumiu dizendo que ia acabar com a violência em 100 dias, em seis meses, e foi o contrário. Ele desmontou todos os avanços do governo Brizola, o policiamento comunitário, os próprios Cieps. Foram quatro anos apostando na repressão, na guerra. Em detrimento daquela ideia inicial de construir políticas públicas contra a violência, mas a partir de um viés de prevenção. Infelizmente, a gente continua apostando na repressão e pouco na prevenção.
[O coronel Íbis toma um gole de café. Como está na reserva, se veste à paisana, com uma jaqueta de couro marrom e jeans desbotado. Também pode agora cultivar uma espessa barba grisalha, o que considera “um ato político”. Na época do quartel, estava sempre bem escanhoado, já que é obrigatório aos policiais militares barbear-se diariamente. Após 33 anos na PM, deixar a barba crescer é uma afirmação de liberdade para ele.
Dentro da bolsa tiracolo, Íbis carrega consigo o livro “A Ciência Nova”, de Giambattista Vico, um clássico do século 18 que influenciou Karl Marx e que o coronel considera sua bíblia. Sem dúvida parece mais um professor de Ciências Humanas que entraria em confronto com a polícia numa manifestação do que um policial.]
Como é que a repressão da polícia a manifestações se tornou tão violenta?
Com a redemocratização, o Batalhão de Choque, que é a força policial que dá conta destes grandes eventos e dessas manifestações, o que na literatura internacional chamamos de “policiamento de multidões”, ficou um pouco esquecido. A gente imaginou que não precisasse do Batalhão de Choque num contexto de abertura democrática. Ele ficou sendo utilizado para fazer policiamento, num dado momento foi utilizado para fazer ronda policial nas ruas, e toda essa doutrina de controle de multidões foi um pouco esquecida. A partir de junho de 2013, as pessoas olharam para o Batalhão de Choque e pensaram: “não, a gente precisa dessa tropa policial em função das manifestações”. E o que aconteceu? Ao longo deste processo de redemocratização a gente não atualizou a doutrina. Houve um grande erro. Quando essa tropa vem para a rua, em 2013, vem com uma mentalidade lá de trás.
Me parece que em São Paulo a situação é diferente, porque parece ser uma ordem do comando descer o sarrafo em manifestante, reprimir mesmo.
Eu não descarto que isso aconteça no Brasil como um todo. Nós temos no Brasil uma ideia de “ordem” tão enraizada, tão imbricada na alma nacional, que qualquer coisa que pareça perturbação da ordem na cabeça de algumas pessoas legitima ações duras, truculentas. Aí tem um desafio para a nossa democracia, que ainda engatinha: democracia não significa ausência de desordem, democracia comporta uma certa desordem. Mas aqui no Brasil, herança deste positivismo do qual a gente não conseguiu se libertar, qualquer perturbação da ordem é vista como uma ameaça à sociedade e legitima o emprego bélico como estratégia de salvação.
(O coronel Ibis sem barba e com uniforme)
(O coronel Íbis sem barba e com uniforme na ativa. Foto: Agnaldo Santana/UPP-RJ)
O que você acha de a esquerda ficar gritando “tem que acabar com a polícia militar” nas manifestações?
Esse grito “não acabou, tem que acabar / eu quero o fim da polícia militar” é preciso reconhecer que é uma boa rima, mas é só isso. Não contribui em nada para o debate. Dentro das polícias tem muita gente, sobretudo os praças, que advogam a desmilitarização. A gente tem dois grandes problemas na polícia brasileira: a militarização, que aí tem que se entender como políticas públicas militarizadas (e isso atinge tanto as polícias civis quanto a militar), e o fato de termos uma polícia militar. É preciso entender a militarização a partir destas duas perspectivas. E tem muita gente dentro da polícia que acha que a gente precisa superar este momento, construir políticas públicas a partir de outra perspectiva, avançar no sentido de uma polícia de natureza civil, porque essa é a natureza da polícia no mundo todo. A natureza da atividade é civil, ainda que tenhamos polícias militares.
Mas quando você fala que quer o fim, esta palavra de ordem assusta até mesmo quem está dentro da polícia e também tem essa compreensão de que é preciso mudar. É preciso encontrar um discurso que capture essas pessoas. Esse modelo equivocado que está aí produz uma polícia muito agressiva, as polícias brasileiras matam muito. Em 2015 foram 3320 pessoas. Em nenhuma democracia do mundo as polícias matam tanto quanto no Brasil. Por outro lado, é um modelo que vitimiza muitos policiais. A nossa categoria tem seis vezes mais chances de praticar suicídio que qualquer outra. Somos vitimizadores e vítimas desse modelo, muitos policiais hoje têm essa compreensão. E a melhor maneira para promover esta mudança é trazendo estes policiais para junto daqueles que querem mudar. Esse tipo de palavra de ordem afasta, assusta, intimida e meio que agride.
Tenho a impressão que as pessoas não entendem, pensam que “acabar com a polícia militar” é não ter mais polícia.
Sem dúvida. Assim como quando a gente fala em desmilitarização, as pessoas pensam que é tirar as armas da polícia, e não é nada disso. A gente peca muito na formulação desse discurso. Na cabeça de muitas pessoas, significa “não quero mais polícia”, “não quero mais ordem”. Numa sociedade obcecada pelo conceito de ordem, isso é assustador. E o dominado – isso é o aspecto talvez mais grave dessa herança da escravidão – quer a ordem, quer se sentir seguro.
Muitos pensadores de esquerda defendem que o policial não é classe trabalhadora e sim um agente do Estado. O que você acha?
O policial é um trabalhador da segurança pública, apesar de não se reconhecer como um trabalhador da segurança pública, principalmente na polícia militar. O policial civil é o policial civil, mas o PM não é o policial militar, é a PM. Ele é a instituição e portanto se reconhece como Estado. O policial militar não se vê como um trabalhador da segurança pública. Eu entendo quando companheiros do campo progressista, da esquerda marxista sobretudo, compreendem o policial como um agente do Estado e portanto da dominação de classes. Isso também explica porque a esquerda tem dificuldade em fazer um discurso para a polícia.
Como ela reconhece o Estado como um instrumento de dominação e a polícia como um agente deste Estado, é preciso portanto lutar contra a polícia para mudar o Estado. O ideal seria o contrário, fazer com que o policial se reconheça como trabalhador. Aí está um dever de casa para nós. Precisamos encontrar um discurso que reconheça o lugar da polícia, o policial como um sujeito de direitos, como vitimizador, sim, mas também como vítima deste processo. É uma situação perversa a do policial: reproduzir essa violência de classe e ser vítima dela. O policial é como se fosse um cão de guarda na sala de estar. Protege o dono, mas quando começa a incomodar, o dono coloca ele para latir no quintal. Então a polícia é, sim, um instrumento de dominação de classe, mas quando começa a incomodar é colocado para latir no quintal.
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[Me intriga que em alguns Estados, como a Bahia, há três mandatos seguidos governada pelo PT, a polícia continue tão violenta quanto na época de Antonio Carlos Magalhães, um governante de direita com perfil truculento. Os policiais baianos são os terceiros que mais matam no país, depois de São Paulo e do Rio de Janeiro, segundo levantamento recente do Ipea.
Neste contexto, o discurso de desmilitarização soa tão irreal e distante quanto policiais marchando ao lado de manifestantes por um Brasil melhor.]
Por que os governos progressistas nos Estados não fizeram nada no sentido de humanizar a polícia?
Tem uma galera que tem uma leitura mais conservadora do marxismo que não se importa com a polícia. Acha que a questão é revolucionar os meios de produção e a questão da polícia vem depois. Só que, enquanto a gente não faz isso, como damos conta de 60 mil homicídios todo ano? Quando a gente promulgou esta Constituição, a taxa de homicídios no Brasil não chegava a 12 mortos por 100 mil habitantes. Hoje ela passa de 30 na média nacional — tem lugar que é mais de 100. Em 1988, nós tínhamos 240 mil presos, hoje tem mais de 700 mil. Em 30 anos de uma Constituição democrática, nossas taxas de letalidade triplicaram e o número de encarcerados triplicou também. Nós temos realmente que caminhar em direção desta sociedade livre, justa e solidária, mas tem uma questão pragmática: o que você faz enquanto não chega nesta sociedade livre, justa e solidária? Há questões urgentes e estas questões passam pela polícia.
Não dá para a gente esperar chegar a desmilitarização e enquanto isso não fazer nada para melhorar a polícia que temos…
Este é o ponto que angustia. Penso que tem faltado um pouco dessa visão pragmática. A gente precisa fazer alguma coisa enquanto não chegamos ao ideal. E é possível. Esta Constituição é a primeira a ter um capítulo sobre segurança pública, mas esse capítulo não está regulamentado até hoje, o parágrafo 7 do artigo 144 não foi regulamentado. A gente criou um modelo – herdamos mais do que criamos, na verdade – que a ditadura já tinha e não fizemos as reformas que deveríamos ter feito. E a gente está falando de quase 30 anos de Constituição. As polícias, as agências criminais brasileiras, são ilhas, não trabalham em sintonia, não compartilham seus bancos de dados. Fazer uma política pública de segurança no Brasil é uma tarefa quase impossível, considerando a nossa arquitetura constitucional. Falta essa legislação que traga harmonia ao sistema como a Constituição determina para a gente fazer. Coisa que não é fácil, tem lobbies corporativos muito fortes. Mas se a gente tivesse começado isso 30 anos atrás… Não fizemos nada. São 60 mil brasileiros que morrem por ano, um a cada 9 minutos, 80% destes brasileiros jovens, entre 15 e 29 anos, sexo masculino, moradores de periferia, das favelas, e negros. A violência no Brasil tem cor, tem classe, local em que mora: mora na periferia das cidades. É o jovem negro, pobre, morador de favela. E quem é o policial? Qual o perfil? É o mesmo. E quem está preso também tem este perfil. O nosso papel na esquerda, no campo progressista, é falar para estes jovens que estão se matando.
Em termos de pragmatismo, o que poderia ser feito?
Em primeiro lugar, compreender que segurança pública não pode ser só a polícia, que ela não é uma solução para esta questão. Olhar para a polícia como meio e não como fim. Quando a gente fala de desmilitarização, a gente precisa entender que enquanto tivermos políticas militarizadas, nós teremos polícias militarizadas. Quando a gente estava na ditadura, nosso grande inimigo era o subversivo, aquele que queria atentar contra a ordem vigente, os valores da sociedade ocidental. Quando a gente saiu da ditadura, entramos numa outra guerra, a guerra às drogas. A gente tá mergulhado nela há pelo menos 40 anos. A gente elegeu a questão do tráfico de drogas como grande inimigo da sociedade no lugar da subversão e a nossa estratégia tem sido a guerra às drogas. Nós temos uma política pública que favorece exclusivamente a guerra. No meu modo de entender, a polícia é civil, o ideal é que a polícia fosse civil e não militar. Mas há uma questão de fundo mais grave do que essa, que é militarizar a segurança, eleger a droga como o grande inimigo — portanto, o traficante — e a estratégia para enfrentar esta questão que é a guerra. Enquanto tiver isso, você vai ter polícias militarizadas mesmo que sejam civis. O principal ponto para começar uma transformação na polícia é desmilitarizar as nossas políticas públicas. Outra coisa: as legislações que organizam as polícias militares são todas anteriores à Constituição de 1988. Os decretos federais que organizam as polícias ainda são de 1969. Nada justifica isso.
Nenhuma dessas coisas foi atualizada.
Não. Nós temos uma Constituição que tem princípios, que tem valores, e temos legislações que organizam as instituições policiais, num nível federal, que ainda não sofreram adaptação. O mesmo se pode dizer das polícias civis. Já que a gente não quer realizar, porque não queremos enfrentar os lobbies corporativos das instituições policiais, vamos fazer o mínimo possível, atualizar a legislação dessas instituições de modo que dialogue com a Constituição. Aqui no RJ, por exemplo, toda a legislação que estrutura a PM é anterior a 1988. O estatuto do policial militar, o código de disciplina. Isso é o mínimo e não depende de mudança constitucional, depende da Assembleia Legislativa. Quando estávamos no comando tentamos trazer para a ALERJ algumas propostas de alteração da legislação, mas isso se perdeu nos escaninhos da burocracia e também nas pressões, nos lobbies.
ibislivro
[O coronel Íbis esteve no comando da polícia durante dois meses, num período de transição, no final de 2014, já com Pezão no governo. Em 2015, foi chefe de gabinete do comando-geral da PM fluminense durante um ano, e criou atrito com seus superiores por ter criticado a ocupação do Complexo do Alemão em 2010 como “espetaculosa”.
É justamente este um dos pontos que o coronel aponta como equivocado na estratégia de segurança pública (ou na ausência de uma): favorecer a pirotecnia e a repressão diante da prevenção ao crime. Íbis é antiproibicionista, mas acha possível minimizar o problema antes que a descriminalização venha.]
Se tivéssemos de verdade um estado federativo, já era para o Rio ter feito a experiência de descriminalizar as drogas, não?
Era. Mas a nossa legislação hoje impediria isso. Quando comandei a polícia chegamos a levantar essa hipótese, depois o secretário passou a publicamente advogar a despenalização das drogas, mas não é possível, em nosso modelo de justiça criminal, uma experiência inovadora de despenalização com uma legislação que é federal.
Sem descriminalizar as drogas é possível resolver a questão da segurança pública?
No Brasil eu não vejo possibilidade de melhoras substanciais, na profundidade que precisamos. Não vejo como. Mas, ainda num contexto proibicionista, é possível atuar de uma maneira mais racional. É possível criar protocolos de ação que tornem as ações policiais mais objetivas, mais de acordo com a legislação, mais seguras tanto para o policial quanto para o morador da favela. Mais racionais, portanto – eu gosto muito dessa palavra. No Rio de Janeiro, qualquer patrulha começa uma guerra, e eu acho que de um modo geral é assim no país como um todo. Sob o pretexto de uma suspeição, de uma denúncia anônima, começa uma guerra. Isso o Brizola já falava lá atrás: se houver necessidade de entrar numa favela para prender alguém, é preciso planejar esta ação. Levar em consideração que favela é essa, porque a gente tem condições de saber que locais são mais perigosos, que locais são menos perigosos. Os menos perigosos demandam que efetivo, que tipo de apoio… Não se pode fazer uma operação em um local que você sabe que há risco de confronto, densamente povoado.
Nós temos favelas no Rio onde moram 100 mil pessoas. Não é possível fazer uma operação numa localidade deste tamanho, maior que muito município no Brasil, sem planejar, levar em consideração um planejamento que minimize os riscos do confronto. As pessoas feridas desnecessariamente, crianças, escolas que suspendem as aulas porque está fazendo operação em horário em que criança está dentro de escola. Isso é o mínimo. Ainda num contexto proibicionista, é possível fazer com que as intervenções policiais sejam mais respeitosas e mais seguras. Isso depende de vontade política, de decisão. A visão de nossos administradores é de curto prazo. Como nós temos eleição a cada dois anos, o partido que assume o poder já está de olho na eleição municipal. Por isso a gente sempre mira em pirotecnia e repressão, porque a repressão, de um modo geral, vem ao encontro do senso comum, do que a mídia espera. Essas soluções, com megaoperações, como a gente teve em 2010 no Complexo do Alemão, com Forças Armadas, helicópteros blindados, de alguma maneira agrada este senso comum punitivo, midiático. Quando a gente sabe que não resolve nada a médio e longo prazo. O que resolve em longo prazo é apostar em políticas públicas.
[O coronel Íbis tem uma tese: segundo ele, o filme Tropa de Elite teve um efeito muito negativo sobre o Bope, o Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro. E isso teria sido nefasto tanto para a tropa como um todo (porque outros batalhões passaram a copiar o Bope) quanto para a sociedade.
O filme teria reforçado, no brasileiro, a ideia de que é possível usar de truculência “em nome do bem”, resquício da mentalidade do regime militar. Daí resulta o que vemos hoje nas redes sociais, gente capaz de aplaudir justiceiros que acorrentam menores infratores a postes.]
Como é essa história do “efeito Tropa de Elite”?
Depois do filme, o Bope adquiriu uma centralidade, um protagonismo que não tinha antes. O que estou falando é uma hipótese que merece um estudo de alguém ligado à Antropologia, à Sociologia. Quando fui chefe da Comunicação Social da PM, logo depois do filme, o fenômeno Tropa de Elite foi tão intenso que a gente teve de designar um assessor de comunicação para o Bope, porque as pessoas que vinham para o Rio, turistas nacionais e de outros países, queriam conhecer o Bope, ele passou a ser atração turística. Aqui na cidade, duas escolas de samba usaram a farda do Bope como tema de suas baterias. O Tropa de Elite glamourizou o Bope. E o Batalhão de Choque ficou meio sem identidade, em função do nosso abandono em relação a essa tropa e passou a copiar a identidade do Bope. Hoje, se você observar, até as cores são as mesmas: as viaturas do Choque são pretas, a mesma cor das viaturas do Bope. As tropas encarregadas do transporte de presos também usam preto.
Então o filme teve um efeito negativo sobre a polícia?
Na minha opinião, sim. Ao invés de servir como crítica, glamourizou aquele tipo de ação. Eu assisti o filme em quatro bairros diferentes da cidade e o comportamento do público foi o mesmo nas cenas de tortura, na cena em que o capitão Nascimento espanca um usuário: as pessoas aplaudiram. Um filme que transforma a crítica em glamour é algo que a gente, do campo progressista, precisa decifrar. Se a gente não entender, não consegue dialogar com a polícia.
Houve muito entusiasmo com as UPPs. Por que elas não deram certo?
Para a gente reduzir violência, tem que ter três coisas: vontade política, engajamento da sociedade e visão de longo prazo. Você só consegue visão de longo prazo se tem plano e se consegue institucionalizar o plano. Em 2008, a gente começou no Rio uma experiência que, entre outras coisas, precisava consolidar algumas ideias que nasceram no primeiro governo Brizola, que a gente chamou de policiamento comunitário. Nós fizemos uma primeira experiência na Urca e no governo seguinte foram interrompidas. Em 1991, Brizola voltou com essas experiências e depois elas desapareceram. Então, em 2008, a ideia central era essa, montar uma companhia de policiamento comunitário no Santa Marta recuperando as ideias do Brizola. Fui chamado para treinar policiais recém-formados antes da primeira UPP e fizemos um curso exatamente como o coronel Cerqueira dizia que devia acontecer. Mas o programa de pacificação só foi publicado em 2015, olha quanto tempo depois. Criamos um programa em 2008 e o primeiro decreto criando uma estrutura mínima só foi publicado em março de 2015! Essa visão de longo prazo ficou prejudicada. Antes de você multiplicar essa experiência, o conceito precisa estar consolidado. Se as estruturas não estão consolidadas, não institucionaliza. E se não institucionaliza, não reproduz.
Nós colocamos 10 mil pessoas em um programa que não estava institucionalizado. Tecnicamente falando, a ruína do programa está aí. Essa é a primeira explicação. E multiplicamos, saímos de uma experiência para 38, sem que isso estivesse consolidado. Não tem como dar certo. O segundo ponto é que não mexemos na política de drogas, não acabamos com a guerra às drogas, e com um agravante: agora o policial está dentro da favela. Mas não houve nenhum tipo de mudança na estratégia de enfrentamento da questão. Quando Brizola criou o Centro Comunitário de Defesa da Cidadania, que era uma espécie de lugar onde oferecia vários serviços públicos da população, ficava muito claro o que o policial não deveria fazer: se envolver com o crime, com droga. Se houvesse tráfico de drogas na localidade isso deveria ser cuidado por outra tropa. A finalidade dele ali era outra. Ele pagou um preço muito grande por essa coragem, de assumir essa ordem clara para o policial.
Em nenhum momento essa ordem em relação às UPPs teve esse nível de clareza e de coragem. Nós colocamos 10 mil policiais em lugares onde reconhecidamente as drogas eram vendidas e nunca tivemos a clareza, a honestidade, de dizer para o policial: seu comportamento aí deve ser esse. O discurso sempre foi: a polícia está ali para impedir que as armas pesadas circulem, mas nunca se disse o que fazer em relação à venda de drogas. Uma covardia com o policial. Deixaram que o policial construísse a sua prática a partir do cotidiano e a partir da legislação. E aí vem outro aspecto: um governo federal que ainda não entendeu que é um ator fundamental na política de segurança pública. Ele continua achando que não tem nada a ver com isso, que segurança pública é dos Estados. Num país como o nosso, com modelo federativo, não reduz homicídios sem a União. E sem os municípios, por outro lado. A prevenção é a grande vocação dos municípios. A violência no Brasil tem dois grandes problemas: as omissões dos governos federal e municipal, que ainda não entenderam seus papéis. Nós da esquerda somos fundamentais para tentar mudar um pouco isso.
O que aconteceu? O policial se envolveu com o tráfico?
Não tenho dúvida que a corrupção é um problema grave que está por trás da ruína das UPPs. A gente colocou 10 mil jovens, com média de idade de 26 anos, dentro das favelas com venda de drogas e não fizemos nada para enfrentar esta questão, a não ser colocar polícia lá dentro. Não fizemos nada para evitar que armamentos pesados, fuzis, granadas, chegassem ao Rio de Janeiro, porque a União não se mexe neste sentido, não faz absolutamente nada para controlar armas e munições. Não tivemos a coragem de formular uma política adequada para enfrentar estas questões, dizer como o policial poderia se portar. Deixamos ele largado ali. O resultado disso é a morte de policiais. Na primeira, quem morreu foi uma menina, Fabiana, de 30 anos, dois meses depois de a primeira UPP ser inaugurada no complexo do Alemão. Não fizemos nada depois dessa morte, a polícia continuou trabalhando lá como se nada tivesse acontecido. Não mudou um milímetro o programa. A violência policial não existe desacompanhada da corrupção. A violência e a corrupção andam juntas. A corrupção é uma consequência da violência policial. Toda polícia violenta é corrupta, necessariamente corrupta. No Brasil, se a gente quiser polícias menos corruptas, a gente tem que enfrentar a violência policial. Esse é o primeiro compromisso do Estado democrático de direito. Polícia menos violentas serão polícias menos corruptas.
É neste contexto que surgem os Amarildos.
Sim, o caso Amarildo ilustra bem isso e não houve uma retratação por parte do Estado no sentido de assumir sua responsabilidade. O governador não pediu desculpas. O secretário da Segurança não pediu. Quem pediu desculpas foi o comandante das UPPs na época, o coronel Frederico. O Estado, não. O caso só ganha notoriedade porque era no momento das manifestações de 2013 e o asfalto assumiu o Amarildo. Se tivesse ficado no âmbito da Rocinha, teria sido associado ao tráfico, como era a linha de investigação inicial. Foi o (delegado) Zaccone que mudou a linha de investigação, o Brasil deve isso a ele, porque para mim o caso Amarildo foi o mais grave envolvendo as polícias brasileiras, simbolicamente. De todas as chacinas, de todos os crimes, nenhum é mais grave simbolicamente. Amarildo foi preso pela polícia, conduzido a uma unidade da polícia e desapareceu. Isso é enredo de ditadura militar, isso não acontece numa democracia. O caso Amarildo prova que ainda não fizemos a transição democrática, ainda não somos uma democracia.
Coronel Íbis Silva Pereira, chefe de gabinete do comando geral da PM, falou sobre as péssimas condições de trabalho dos policiais militares e criticou a política de guerra às drogas, durante a audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj, no dia 19 de maio de 2015.

Fonte:  http://outraspalavras.net/outrasmidias/capa-outras-midias/tem-esquerda-na-pm-diz-o-coronel-comunista/