domingo, 10 de julho de 2016

Paracetamol na gravidez aumenta os riscos de autismo ou TDAH nas crianças

Paracetamol na gravidez aumenta os riscos de autismo ou TDAH nas crianças, diz estudo




Pesquisadores espanhóis, por meio de um estudo publicado recentemente pela revista International Journal of Epidemiology, sugeriram que o paracetamol durante a gravidez pode estar associado a casos de autismo e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Eles analisaram o uso do medicamente em mais de 2.500 mães e crianças, e descobriram que os casos de autismo eram maiores entre os meninos, enquanto o TDHA em ambos os sexos. De acordo com os cientistas, o remédio pode afetar os receptores do cérebro durante o desenvolvimento, conforme reportado pelo jornal Daily Mail.

De acordo com as orientações oficiais, o paracetamol só deve ser tomado durante o período gestacional se necessário, e pelo menor tempo possível. Logo, em um estudo pioneiro sobre essa relação, os cientistas disseram que conseguiram apresentar resultados diferentes entre meninos e meninas. Eles descobriram que as mães cuja droga foi tomada, os filhos (meninos) apresentavam um aumento de 30% nas chances de mostrar comprometimento nas funções de atenção e um aumento de dois sintomas clínicos associados ao autismo.

No total, foram recrutados 2.644 pares (mãe e filho). Destes, 88% foram avaliados quando a criança ainda tinha um ano de idade, e o restante aos cinco anos de idade. As mães foram questionadas sobre o uso de paracetamol durante a gravidez, e a frequência desse uso era classificada entre nunca, esporadicamente e persistentemente.

Logo, constatou-se que, 43% das crianças avaliadas com um ano de idade, e 41% entre as de cinco anos, foram expostas ao paracetamol durante algum momento do período da gravidez entre as primeiras 32 semanas.

Embora nós tenhamos medimos os sintomas e não diagnósticos, um aumento no número de sintomas que uma criança tem, pode afetar sua vida, mesmo que não sejam suficientemente graves para justificar um diagnóstico clínico de um distúrbio neurológico”, disse o coautor Dr. Jordi Júlvez, do Instituto para Saúde Global de Barcelona.

Ele ainda disse que há várias razões pelas quais o paracetamol pode ser prejudicial para o desenvolvimento neurológico. “Em primeiro lugar, ele alivia a dor, agindo sobre os receptores de canabinoides no cérebro. Estes receptores normalmente ajudam a determinar como os neurônios maduros se conectam um com o outro e o paracetamol poderia alterar esses processos importantes”.

Ele ainda poderia afetar o desenvolvimento do sistema imunológico, ser tóxico para alguns fetos, por não terem a mesma capacidade que um adulto de metabolizar esse tipo de droga, ou criar estresse oxidativo”, disse a autora do estudo Claudia Avella-Garcia. Ainda, poderia haver uma explicação para que os meninos sejam os mais propensos a ter sintomas de autismo. “O cérebro masculino é mais vulnerável às influências nocivas enquanto no início da vida”, disse ela.

Contudo, os pesquisadores salientaram que mais estudos precisam ser feitos, conduzidos com dosagens mais precisas da medicação, já que entre as voluntárias não haviam informações confiáveis sobre a quantidade ingerida durante a gravidez, para creditar os valores de riscos. Comentando sobre o estudo, o médico Dr. James Cusack, diretor de ciência na ONG Austistica, “o estudo não oferece evidências suficientes para apoiar a alegação de associação entre o remédio e os sintomas de autismo”, e que os resultados são apenas “preliminares”.

FONTE:  JORNAL CIÊNCIA 

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