segunda-feira, 11 de maio de 2020
Base atual de Bolsonaro, evangélicos apoiaram a eleição de Lula no segundo turno de 2002, até Bolsonaro assumiu que votou em Lula naquela eleição
Lula ganha apoio de pastores evangélicos no Rio
20h45 - 17/10/2002
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Enquanto o candidato da aliança governista, José Serra, assegurou o apoio da Igreja do Evangelho Quadrangular, o candidato à Presidência pela coligação liderada pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu nesta quinta-feira o aval de lideranças de vários outros segmentos da igreja evangélica.
Em um concorrido evento numa churrascaria na zona norte do Rio de Janeiro, que reuniu cerca de 900 pessoas, Lula obteve o apoio de representantes de várias igrejas, incluindo a Metodista, Batista, Sara Nossa Terra, Igreja Universal e pastores da Assembléia de Deus, que não seguiram a decisão das duas principais convenções da igreja de apoiar Serra. Ao discursar para a platéia de evangélicos, Lula recorreu a imagens bíblicas para rechaçar a campanha do adversário, que insiste na tese do medo para desconstruir sua candidatura às vésperas do segundo turno das eleições.
"A gente não tem que ter medo, a gente tem que votar com consciência, porque se a gente permitir que prevaleça a teoria do medo, a gente vai voltar milhares de anos atrás, quando Herodes, por medo do novo, queria matar todas as crianças à procura de Jesus Cristo," disse Lula.
Ele lembrou que foi o medo que levou o país a preterir na campanha presidencial de 1989, que elegeu Fernando Collor de Mello, políticos como Leonel Brizola, presidente nacional do PDT, e do falecido governador de São Paulo Mário Covas.
O pastor Silas Malafaia, presidente do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos, que congrega mais de 10 mil pastores, também refutou a teoria do medo.
Lula disse estar convicto de que vencerá as eleições "sem atacar o adversário" nem falar mal do governo. E notou que pretende contar com a ajuda dos evangélicos para atacar os problemas sociais do país.
"Vocês nunca, na história da igreja evangélica, foram chamados à responsabilidade e a participar da construção desse país como eu vou chamar," disse o candidato.
Lula destacou que as diversas igrejas e as organizações não-governamentais têm sido mais eficientes no trabalho social do que o próprio Estado.
Os evangélicos somam 26 milhões de brasileiros, ou cerca de 15 por cento da população, de acordo com o Censo 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O pastor Everaldo, braço direito do candidato derrotado à Presidência pelo PSB, o evangélico Anthony Garotinho, destacou que as lideranças evangélicas estavam depositando um voto de confiança na administração petista. Ele lembrou que os evangélicos querem o compromisso do governo Lula com a queda dos juros, políticas de renda, emprego e educação e com a liberdade para atuação das várias igrejas evangélicas.
Ele também ressaltou a necessidade de aumentar o salário mínimo além dos 11 reais prometidos pelo governo no Orçamento do ano que vem, principal plataforma da candidatura de Garotinho, que manifestou seu apoio à candidatura de Lula no segundo turno.
(Por Fatima Cristina UOL)
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