Com problemas mentais, adolescente se trata no Caps de São Bernardo (SP) e disse à família e à polícia que não furtou nada. Ele está em casa, com um tio e a avó
Família do jovem procurou a polícia após reconhecê-lo em filmagens que circulam pelas redes sociais | Foto: Reprodução
O jovem de 17 anos que foi torturado pelo tatuador Ronildo Moreira de Araújo, 29 anos, e seu vizinho Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27, no centro de São Bernardo, no ABC (SP), em 31 de maio deste ano, foi encontrado na noite deste sábado (10/06), segundo o advogado Ariel de Castro Alves, que está em contato com a família.
“Ele mora com um tio e uma avó em São Bernardo. Disse que não furtou nada. Além da tatuagem, também foi agredido, segundo os familiares”, disse Alves à Ponte Jornalismo. “Ele tem problemas mentais e se trata no Caps [Centros de Atenção Psicossocial] de São Bernardo”, complementou.
O advogado disse que o jovem foi ouvido na delegacia e já está em casa. Ainda segundo Alves, a dupla cortou o cabelo do jovem. “Ele chegou a ser amarrado no pé e nas mãos antes da tatuagem”, diz. Ele teria sido encontrado na rua por um amigo da família.
A Polícia Civil não forneceu detalhes sobre o caso. O 3º DP de São Bernardo, responsável por investigar o caso, afirmou à Ponte Jornalismo que a delegada Carolina Aguiar vai falar com a imprensa sobre o assunto apenas na segunda-feira (12/06), pela manhã.
Na tarde desta sexta-feira (09/06), Araújo e Reis foram presos após admitir que torturaram o jovem, suspeito de tentar roubar uma bicicleta. Na última semana, uma foto e dois vídeos do adolescente com a frase “eu sou ladrão e vacilão” tatuada na testa viralizaram em várias redes sociais. No primeiro vídeo, Araújo e Reis dão risada e perguntam ao jovem: “vai fazer uma tattoo hoje?! O que quer fazer?”. O adolescente responde: “ladrão”.
Na sequência, com direito a risadas, Araújo começa a tatuar a testa do adolescente. No segundo vídeo, os dois homens obrigam o jovem a olhar para a câmera, enquanto era gravado. E perguntam: “gostou da tatuagem?”. A vítima responde: “gostei”. O tatuador continua: “aí o cara chegou aqui na maior boa vontade, aí, que legal, nós (sic) fez uma tattoo pro mano aí. Ele quis”.
Maycon dos Reis afirmou à Polícia Civil que foi ele quem gravou as imagens. Ele e o tatuador se justificaram pela tortura afirmando que estavam revoltados e que a tatuagem serviria como uma punição. A prisão preventiva de ambos foi decretada neste sábado (10/06) sob a acusação de tortura.
A família do jovem procurou a polícia após reconhecê-lo nas imagens que circulam na internet. De acordo com os parentes, o adolescente está desaparecido desde o último dia 31 de maio e tem problemas mentais. O garoto é reconhecido pelas pessoas do bairro que vive como um jovem que tem problemas de saúde desde criança.
FONTE: A PONTE
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