Menos de 1% dos candidatos recebem 80% do fundo eleitoral
Logo atrás de Covas, no ranking nacional, aparece o candidato do DEM à Prefeitura de Salvador, Bruno Reis, que disputa a sucessão ao cargo ocupado hoje pelo presidente nacional da sigla, ACM Neto.
Reis, que é vice de Neto na prefeitura, recebeu R$ 7,7 milhões, sendo R$ 3,5 milhões do DEM e os demais valores das cotas do Fundo Eleitoral de quatro partidos coligados: R$ 2,7 milhões do PL, R$ 630 mil do PSL, R$ 500 mil do PDT e R$ 350 mil do Republicanos.
João Campos (PSB), candidato à Prefeitura do Recife, em ato de campanha, durante a primeira quinzena de outubro (Veetmano Prem /Fotoarena)
Logo abaixo de Campos, os candidatos que figuram no topo do ranking até o momento são o ex-ministro Alfredo Nascimento (PL), candidato à Prefeitura de Manaus, com R$ 6 milhões, e os candidatos a prefeito Alexandre Kalil (PSD, Belo Horizonte), com R$ 4,9 milhões, e Jilmar Tatto (PT, R$ 4,8 milhões).
Desde 2015, com a proibição no Brasil do financiamento empresarial das campanhas, a maior parte do dinheiro para bancar as candidaturas sai dos cofres públicos.
Para essa disputa, são R$ 2,035 bilhões do fundo eleitoral e R$ 959 milhões do partidário, embora esse último não seja aplicado somente em eleições.
O que mais recebeu verba pública de campanha com dinheiro vindo exclusivamente do seu partido é o deputado federal João Campos (PSB-PE), filho do ex-governador e ex-presidente do PSB Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em 2014.
Candidato à Prefeitura do Recife, Campos recebeu R$ 7,5 milhões do fundo eleitoral do PSB, praticamente o teto do limite legal de gastos no primeiro turno na capital pernambucana e 7% da verba a que o partido tem direito para financiar a campanha de todos os seus candidatos a prefeito e vereador no país.
A três semanas do primeiro turno das eleições municipais, os fundos eleitoral e partidário têm sido direcionados até agora, em sua maior parte, para uma parcela ínfima dos cerca de 550 mil candidatos a prefeito e vereador.
De acordo com dados das prestações de contas parciais das eleições divulgados neste domingo (25), e compilados pela Folha, pouco mais de 50 mil concorrentes receberam de seus partidos verbas dos dois fundos para bancar suas campanhas.
O campeão de recebimento de recursos públicos a essa altura da disputa é o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, com R$ 7,8 milhões declarados.
Desse total, R$ 5 milhões foram direcionados pelo próprio PSDB.
O restante, por legendas coligadas: $ 2 milhões do Podemos, R$ 700 mil do MDB e R$ 117 mil do PP.
Apesar disso, 80% do valor total liberado (R$ 646 milhões de R$ 807 milhões) foram para cerca de 4.600 candidaturas, o que representa 0,8% do total de postulantes lançado pelos partidos.
Em Aracaju, com R$ 1,5 milhão, o candidato à reeleição Edvaldo Nogueira é quem lidera as pesquisas e também o ranking dos que mais arrecadaram.
Ele é seguido por Rodrigo Valadares (PTB), com R$ 650 mil, e em terceiro aparece Márcio Macedo (PT) com R$ 469 mil.
A delegada Danielle Garcia (Cidadania), que aparece na vice-liderança nas pesquisas, arrecadou, no mesmo período, R$ 285 mil.
Com informações da Folha de S.Paulo/Redação
Nenhum comentário:
Postar um comentário