‘Geddel tem boca de jacaré para receber’, diz delator aliado de Cunha
Afirmação contra o ministro foi feita por Lúcio Funaro, operador financeiro de Cunha, e se refere à época em que Geddel era vice-presidente da Caixa
Investigado sob a acusação de ser o operador financeiro do deputado Eduardo Cunha (PMDB), o empresário Lúcio Funaro, preso pela Operação Lava Jato, teve seu celular periciado pela Polícia Federal. Entre as mensagens aprofundadas em investigações estão acusações contra o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), de fazer pressão numa operação de R$ 330 milhões no fundo de investimento do FGTS, o FI-FGTS.
Conforme relatório da PF, Geddel tinha “preocupação exacerbada” sobre um aporte do banco para o grupo J.Malucelli, no valor de R$ 30,6 milhões, o primeiro de um total de R$ 330 milhões. “Ele é boca de jacaré para receber e carneirinho para trabalhar e ainda reclamão”, escreveu Funaro em uma mensagem de texto. Esse é o primeiro indício da atuação de Geddel, que foi vice-presidente da Caixa entre 2011 e 2013, dentro do FI-FGTS. Uma das novas frentes da Lava Jato faz uma devassa nos aportes multibilionários bancados pela Caixa Econômica.
Em outro trecho publicado pela revista Época, a conversa entre e Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa e agora delator na Lava Jato, e Funaro gira em torno de uma operação financeira da Caixa em favor da empresa J.Malucelli Energia. Trata-se da primeira parcela do investimento do FI-FGTS depositada em 2012. “Ele está louco atrás dessa operação da Malucelli. Já me cobrou umas 30 vezes”, diz Cleto. Funaro, por sua vez, sugere dificultar o negócio. “Segura essa m… Ele quer f… tudo que não participa. É um porco”. No relatório, a PF não esclarece o contexto da conversa sobre as cobranças.
Embora já tenha admitido publicamente “que tinha encontros de cortesia” com Funaro, Geddel disse à reportagem da Época que tinha “influência zero” nos investimentos do FI-FGTS. “Caso típico de utilização do nome. Preocupação zero”, pontuou o também presidente do PMDB baiano. Já a defesa de Funaro, que é acusado de ser o operador financeiro dos desvios de dinheiro do FI-FGTS, feudo controlado pelos peemedebistas e que envolve grandes empresas, como Odebrecht e a Eldorado Celulose, disse que as conversas “não representam ilícitos e a defesa provará a inocência nos autos”. Para a Procuradoria Geral da República, havia pressão política para liberar investimentos para empresas do esquema em troca de propina.
FONTE: BAHIA.BA
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