Índia, Afeganistão e Síria encabeçam a lista dos países mais perigosos para as mulheres em 2018. O estudo é da Fundação Thompson Reuters.
Um novo estudo da Fundação Thomson Reuters descobriu que a Índia é o país mais perigoso do mundo para as mulheres. A pesquisa foi baseada num inquérito que envolveu 550 especialistas em temáticas femininas e que englobou critérios como saúde, discriminação, tradições culturais, violência sexual / não sexual e tráfico de seres humanos.
Acabar com a violência contra as mulheres na Índia tornou-se uma prioridade nacional depois de uma estudante ter sido estuprada e assassinada num autocarro em Delhi há cinco anos. Passado este tempo, os especialistas afirmam que o país não está a mudar suficientemente rápido para erradicar o perigo para as mulheres, com atos como estupro, assédio / assédio sexual e infanticídio feminino ainda a atingir níveis alarmantes.
Este país, com uma das economias mundiais que mais cresce, líder em tecnologia, continua a envergonhar-se com a violência cometida contra as mulheres. Dados governamentais revelam que os crimes aumentaram 83% entre 2007 e 2016.
Países devastados pela guerra como o Afeganistão e Síria ficaram em segundo e terceiros lugares no estudo, seguidos da Somália e da Arábia Saudita.
O Afeganistão saiu-se mal em questões como a saúde e a violência relacionada com os conflitos armados em que tem estado envolvido, e de acordo com a diretora do projeto Women for Afghan Women, as mulheres enfrentam uma violência severa, baseada no abuso, analfabetismo, pobreza e muitas outras violações de direitos humanos.
O impacto de vários anos de guerra na Síria colocou o país no terceiro lugar do estudo com preocupações igualmente relacionadas com a saúde e a violência sexual e não sexual.
O último país desta lista é certamente uma entrada surpreendente: de acordo com os especialistas, os Estados Unidos, o único país ocidental a integrar este ranking, faz parte da lista dos 10 países mais perigosos para as mulheres devido às campanhas contra o assédio sexual #MeToo e Time’s Up, que no ano passado se tornaram virais e dominaram as manchetes dos jornais durante meses. Tudo aconteceu quando magnata do cinema de Hollywood, Harvey Weinstein, foi acusado por mais de 70 mulheres de assédio sexual. Desde então, centenas de mulheres acusaram publicamente homens poderosos do mundo dos negócios, política e entretenimento de conduta sexual imprópria.
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