Dependência da internet é doença e afeta cada vez mais jovens brasileiros
30 Agosto 2019
Essas questões fazem parte de um teste que mede os diferentes graus de dependência à rede mundial de computadores. Considerada uma doença que pode ser tão perigosa quanto a dependência química, o vício pela internet compromete as atividades do cotidiano e põe em risco a saúde do internauta. Pior, o problema afeta cada vez mais os jovens, principais usuários da rede.
A maioria das pesquisas internacionais aponta que pelo menos 10% dos usuários de internet já são viciados. No Brasil, embora não existam dados oficiais, o índice deve ser semelhante porque os brasileiros lideram o ranking dos povos que passam mais tempo conectados.
Conforme a psicóloga Sylvia van Enck, que atua no Núcleo de Dependência de Internet do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Controle do Impulso (Amiti) do Instituto de Psiquiatra do Hospital das Clínicas de São Paulo, a dependência de internet se caracteriza como um transtorno para controlar os próprios impulsos. O usuário não consegue se desconectar da rede por conta própria e é capaz de permanecer horas e horas em frente ao computador. “Alguns pais nos contam que os filhos chegam a ficar oito horas seguidas na internet. Os usuários não percebem o tempo que perderam e acham que ficaram só duas horas conectados”, comenta a psicóloga.
Além da perda de noção do tempo, dependentes de internet tipicamente podem desenvolver olheiras profundas e ganho de peso relevante, resultado da frequente troca de refeições por sanduíches - que prescidem de talheres e liberam uma das mãos para digitar no teclado - e pela falta de atividade física. Gradativamente, a vida social vai se extinguindo. “Os laços familiares, o relacionamento com os amigos e o sexo oposto, a preocupação com o trabalho e a saúde passam a ser negligenciados. Aos poucos, o dependente de internet perde os elos com o mundo real para viver em um universo completamente virtual”, explica Sylvia van Ench.
Os jovens, entre 16 e 24 anos, são os mais afetados, seguidos por adultos e idosos que estejam enfrentando momentos de solidão e frustração. Pessoas muito tímidas, com transtorno de ansiedade, ou déficit de atenção e hiperatividade também estão entre os principais dependentes. “Um problema na vida real pode desencadear a fuga para o mundo virtual.”, esclarece Sylvia.
Assim como a dependência tóxica, a dependência de internet não tem cura. O usuário e a família devem procurar grupos de apoio para aprenderem a lidar com a rede. “O objetivo do tratamento não é suprimir a internet, mas fazer com que a pessoa aprenda a se controlar e a estabelecer uma rotina que contempla o acesso à rede, o trabalho, a saúde e as relações pessoais de uma forma saudável e equilibrada”.
Aos pais, cabe a vigília constante
A psicóloga Sylvia van Enck recomenda aos pais monitorar o tempo que os filhos ficam online e combinar limites para que a criança e o adolescente não excedam o acordo. A máxima popular “primeiro, o dever e depois o lazer” segue valendo.
“É importante que cada família organize sua rotina de acordo com a faixa etária dos filhos e obrigações dele. Há casos em que duas horas online já é muito. Os pais devem saber que toda vez que estabelecerem limites de horário existirão reações, que normalmente, serão ruins. Tentar impô-los e suprimir algo gerará conflitos. Os movimentos dos pais devem ser de aproximação, não de censura. A casa não pode virar um cabo de guerra”, afirma a psicóloga.
Sylvia van Enck salienta que é mais fácil manter a aproximação entre pais e filhos do que, depois, restabelecê-la. Para isso, ela indica que os pais se interessem pelos objetos de desejo dos filhos e, a partir daí, introduzam assuntos na convivência. “Se os pais entrarem nas redes sociais, por exemplo, poderão puxar conversas que envolvam temas da atualidade, tecnologia, familiares e conhecidos em comum”.
Onde buscar ajudaProfissionais do Amiti do Instituto de Psiquiatra do Hospital das Clínicas de São Paulo prestam atendimento gratuito e fazem encaminhamento de pacientes. O telefone é (11) 2661- 7805 e o site é www.dependenciadeinternet.com.br
A maioria das pesquisas internacionais aponta que pelo menos 10% dos usuários de internet já são viciados. No Brasil, embora não existam dados oficiais, o índice deve ser semelhante porque os brasileiros lideram o ranking dos povos que passam mais tempo conectados.
Conforme a psicóloga Sylvia van Enck, que atua no Núcleo de Dependência de Internet do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Controle do Impulso (Amiti) do Instituto de Psiquiatra do Hospital das Clínicas de São Paulo, a dependência de internet se caracteriza como um transtorno para controlar os próprios impulsos. O usuário não consegue se desconectar da rede por conta própria e é capaz de permanecer horas e horas em frente ao computador. “Alguns pais nos contam que os filhos chegam a ficar oito horas seguidas na internet. Os usuários não percebem o tempo que perderam e acham que ficaram só duas horas conectados”, comenta a psicóloga.
Além da perda de noção do tempo, dependentes de internet tipicamente podem desenvolver olheiras profundas e ganho de peso relevante, resultado da frequente troca de refeições por sanduíches - que prescidem de talheres e liberam uma das mãos para digitar no teclado - e pela falta de atividade física. Gradativamente, a vida social vai se extinguindo. “Os laços familiares, o relacionamento com os amigos e o sexo oposto, a preocupação com o trabalho e a saúde passam a ser negligenciados. Aos poucos, o dependente de internet perde os elos com o mundo real para viver em um universo completamente virtual”, explica Sylvia van Ench.
Os jovens, entre 16 e 24 anos, são os mais afetados, seguidos por adultos e idosos que estejam enfrentando momentos de solidão e frustração. Pessoas muito tímidas, com transtorno de ansiedade, ou déficit de atenção e hiperatividade também estão entre os principais dependentes. “Um problema na vida real pode desencadear a fuga para o mundo virtual.”, esclarece Sylvia.
Assim como a dependência tóxica, a dependência de internet não tem cura. O usuário e a família devem procurar grupos de apoio para aprenderem a lidar com a rede. “O objetivo do tratamento não é suprimir a internet, mas fazer com que a pessoa aprenda a se controlar e a estabelecer uma rotina que contempla o acesso à rede, o trabalho, a saúde e as relações pessoais de uma forma saudável e equilibrada”.
Aos pais, cabe a vigília constante
A psicóloga Sylvia van Enck recomenda aos pais monitorar o tempo que os filhos ficam online e combinar limites para que a criança e o adolescente não excedam o acordo. A máxima popular “primeiro, o dever e depois o lazer” segue valendo.
“É importante que cada família organize sua rotina de acordo com a faixa etária dos filhos e obrigações dele. Há casos em que duas horas online já é muito. Os pais devem saber que toda vez que estabelecerem limites de horário existirão reações, que normalmente, serão ruins. Tentar impô-los e suprimir algo gerará conflitos. Os movimentos dos pais devem ser de aproximação, não de censura. A casa não pode virar um cabo de guerra”, afirma a psicóloga.
Sylvia van Enck salienta que é mais fácil manter a aproximação entre pais e filhos do que, depois, restabelecê-la. Para isso, ela indica que os pais se interessem pelos objetos de desejo dos filhos e, a partir daí, introduzam assuntos na convivência. “Se os pais entrarem nas redes sociais, por exemplo, poderão puxar conversas que envolvam temas da atualidade, tecnologia, familiares e conhecidos em comum”.
Onde buscar ajudaProfissionais do Amiti do Instituto de Psiquiatra do Hospital das Clínicas de São Paulo prestam atendimento gratuito e fazem encaminhamento de pacientes. O telefone é (11) 2661- 7805 e o site é www.dependenciadeinternet.com.br
Fonte: Unimed