80% eram membros de alguma igreja
evangélica antes de ser presos.
Vida carcerária — uma radiografia dos presos crentes, o dia-a-dia deles nos presídios
Mais de cem presos evangélicos de cinco Estados brasileiros recebem regularmente a revista Ultimato. Sessenta deles preencheram um questionário sobre a vida carcerária, enviado pela redação. A partir desses dados, podemos passar as seguintes informações.
Quanto à idade — o mais jovem tem 22 anos e o mais velho, 60. Mais da metade está na faixa dos 31 a 40 anos. O segundo maior grupo é formado de jovens entre 21 e 30 anos (28%).
Quanto ao estado civil — a porcentagem de solteiros e de casados (ou amigados) é igual (40% para cada grupo). Os demais são separados ou divorciados (17%) e viúvos (3%).
Quanto à religião — 80% eram membros de alguma igreja evangélica antes de ser presos. Todavia, 65% declaram que se converteram no presídio (o número inclui os que já eram filiados a alguma denominação). Para 47% dos presos, é mais difícil ser crente dentro do presídio, enquanto que 30% acham que fora dele é mais difícil. Onze por cento acreditam que é difícil tanto dentro como fora. Os demais 12% não souberam opinar porque não eram crentes antes de ser presos. A maioria absoluta (92%) tem irmãos na fé em sua cela. Apenas 8% vivem isolados de outros crentes. Em alguns casos, há de 6 a 10 crentes na mesma ala (22%). Esse número pode chegar entre 11 a 20 evangélicos por cela (19%). Eles chegam a se reunir para orar, cantar e ouvir a Palavra várias vezes por semana. Em alguns casos, todos os dias. Setenta e dois por cento recebem assistência religiosa de alguma igreja ou de algum capelão. Muitos lêem regularmente a Bíblia. Em quase todos os presídios há agentes penitenciários e outros funcionários evangélicos.
Quanto ao crime — Surpreendentemente, poucos se omitiram quanto à pergunta feita cuidadosamente: “Se não for constrangedor, você pode mencionar o crime de que é acusado? Diga apenas se o desejar.” A maior parte cometeu o crime previsto no artigo 157 do Código Penal Brasileiro: “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”. Outros cometeram o crime de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidioso diverso de conjunção carnal” (artigo 214). Entre as respostas mais explícitas, estão: “Tirei a vida de uma pessoa”; “Cometi assalto, furto, atentado violento ao pudor, estelionato e seqüestro”.
Quanto à pena — Um dos entrevistados foi condenado a 54 anos de reclusão. O tamanho da pena para 34 presos vai de onze a trinta anos. Seis pessoas estão presas há mais de onze anos; doze. há mais de oito anos; 22, há mais de quatro anos e 16, há mais de um ano. Somente dois presos ainda não completaram um ano de encarceramento.
Quanto à vida carcerária — 64% dos presos acham suficientes as três refeições diárias. Apenas 10% permanecem na cela 24 horas por dia. A maioria faz algum trabalho na cela ou no presídio (81%). Só dois podem atender telefonema (por estarem em regime semi-aberto). Três quartos dos presos têm acesso a rádio (na cela) e a televisão. As brigas entre os presos de uma mesma cela são raras (80% disseram que não brigam, 12% disseram que brigam e 10%, que “às vezes” têm algum atrito). Com exceção de seis presos, nenhum participou até agora de alguma rebelião (90%).
Quanto ao sistema carcerário brasileiro — Entre as respostas destacam-se: “Precisa urgentemente de uma reformulação”; “Não ressocializa ninguém e nos obriga a aprender coisas desagradáveis para sobreviver”; “Completamente falido”; “Falido, desestruturado, mal administrado, desumano e, para alguns, escola de crime”; “Péssimo, desastroso, atrasado, covarde e só funciona para quem tem dinheiro”; “Lento em termos jurídicos, precário, mal aparelhado e obsoleto” etc. Um dos encarcerados declarou que o presídio não recupera ninguém: “A pessoa entra, sai pior do que era e, depois, volta, a não ser que tenha um encontro com o Senhor Jesus”. Outro garante que “a penitenciária é uma universidade às avessas — transforma pessoas que cometeram alguns erros em criminosos de verdade”. Testemunho parecido é o do preso que afirmou que “o sistema polui, pois a pessoa chega lá com o primário e sai com diploma de malandro”. A palavra mais otimista é daquele que declarou: “O sistema já foi pior”. E a mais esperançosa é do preso que confessou: “Estou orando para que Deus melhore cada vez mais o sistema penal brasileiro”.
Quanto à idade — o mais jovem tem 22 anos e o mais velho, 60. Mais da metade está na faixa dos 31 a 40 anos. O segundo maior grupo é formado de jovens entre 21 e 30 anos (28%).
Quanto ao estado civil — a porcentagem de solteiros e de casados (ou amigados) é igual (40% para cada grupo). Os demais são separados ou divorciados (17%) e viúvos (3%).
Quanto à religião — 80% eram membros de alguma igreja evangélica antes de ser presos. Todavia, 65% declaram que se converteram no presídio (o número inclui os que já eram filiados a alguma denominação). Para 47% dos presos, é mais difícil ser crente dentro do presídio, enquanto que 30% acham que fora dele é mais difícil. Onze por cento acreditam que é difícil tanto dentro como fora. Os demais 12% não souberam opinar porque não eram crentes antes de ser presos. A maioria absoluta (92%) tem irmãos na fé em sua cela. Apenas 8% vivem isolados de outros crentes. Em alguns casos, há de 6 a 10 crentes na mesma ala (22%). Esse número pode chegar entre 11 a 20 evangélicos por cela (19%). Eles chegam a se reunir para orar, cantar e ouvir a Palavra várias vezes por semana. Em alguns casos, todos os dias. Setenta e dois por cento recebem assistência religiosa de alguma igreja ou de algum capelão. Muitos lêem regularmente a Bíblia. Em quase todos os presídios há agentes penitenciários e outros funcionários evangélicos.
Quanto ao crime — Surpreendentemente, poucos se omitiram quanto à pergunta feita cuidadosamente: “Se não for constrangedor, você pode mencionar o crime de que é acusado? Diga apenas se o desejar.” A maior parte cometeu o crime previsto no artigo 157 do Código Penal Brasileiro: “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”. Outros cometeram o crime de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidioso diverso de conjunção carnal” (artigo 214). Entre as respostas mais explícitas, estão: “Tirei a vida de uma pessoa”; “Cometi assalto, furto, atentado violento ao pudor, estelionato e seqüestro”.
Quanto à pena — Um dos entrevistados foi condenado a 54 anos de reclusão. O tamanho da pena para 34 presos vai de onze a trinta anos. Seis pessoas estão presas há mais de onze anos; doze. há mais de oito anos; 22, há mais de quatro anos e 16, há mais de um ano. Somente dois presos ainda não completaram um ano de encarceramento.
Quanto à vida carcerária — 64% dos presos acham suficientes as três refeições diárias. Apenas 10% permanecem na cela 24 horas por dia. A maioria faz algum trabalho na cela ou no presídio (81%). Só dois podem atender telefonema (por estarem em regime semi-aberto). Três quartos dos presos têm acesso a rádio (na cela) e a televisão. As brigas entre os presos de uma mesma cela são raras (80% disseram que não brigam, 12% disseram que brigam e 10%, que “às vezes” têm algum atrito). Com exceção de seis presos, nenhum participou até agora de alguma rebelião (90%).
Quanto ao sistema carcerário brasileiro — Entre as respostas destacam-se: “Precisa urgentemente de uma reformulação”; “Não ressocializa ninguém e nos obriga a aprender coisas desagradáveis para sobreviver”; “Completamente falido”; “Falido, desestruturado, mal administrado, desumano e, para alguns, escola de crime”; “Péssimo, desastroso, atrasado, covarde e só funciona para quem tem dinheiro”; “Lento em termos jurídicos, precário, mal aparelhado e obsoleto” etc. Um dos encarcerados declarou que o presídio não recupera ninguém: “A pessoa entra, sai pior do que era e, depois, volta, a não ser que tenha um encontro com o Senhor Jesus”. Outro garante que “a penitenciária é uma universidade às avessas — transforma pessoas que cometeram alguns erros em criminosos de verdade”. Testemunho parecido é o do preso que afirmou que “o sistema polui, pois a pessoa chega lá com o primário e sai com diploma de malandro”. A palavra mais otimista é daquele que declarou: “O sistema já foi pior”. E a mais esperançosa é do preso que confessou: “Estou orando para que Deus melhore cada vez mais o sistema penal brasileiro”.
FONTE: REVISTA ULTIMATO
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