O segundo turno da eleição presidencial mal acabou e já foram iniciadas as conjecturas e entendimentos de olho na eleição municipal de 2016, em Salvador. De um lado, o grupo do prefeito ACM Neto, do DEM, que faz uma gestão bem avaliada pela população da cidade, fato que lhe conferiu o título de melhor prefeito de capital do país. Do outro, o bloco do PT, do governador eleito Rui Costa, que sucederá o atual mandatário, Jaques Wagner, que ainda não dispõe de um nome natural para enfrentar o democrata na próxima eleição.
Avaliando cada um dos cenários, de forma isolada, temos a expectativa de que os governadores Rui Costa e Jaques Wagner sentem e definam o nome que poderá ser alçado à condição de candidato do grupo petista. Há quem defenda abertamente a indicação de um nome que seja da própria base aliada, não necessariamente, do PT. Há quem diga, inclusive, que o novo governador deverá colocar o (a) escolhido (a) numa posição de destaque no seu governo, aproveitando os próximos dois anos para cacifar o predestinado (a) para o pleito, como fez Wagner com o seu sucessor, Rui.
Alguns interlocutores dizem que o posto estratégico seria a Conder, órgão de segundo escalão que tem alto poder de fogo, por ter a possibilidade de tornar o seu titular um verdadeiro tocador de obras. Por conseguinte, deixando-o (a) na condição de “gerentão” da Região Metropolitana de Salvador e, com isso, passando a ser um nome natural para brigar com o democrata ACM Neto na próxima eleição. De certo, o único ponto consensual na base petista é que não há, no próprio partido, um nome natural para brigar pelo Palácio Thomé de Souza.
Os ex-candidatos Nelson Pelegrino e Walter Pinheiro, do PT, não estão com fôlego suficiente para isso. O primeiro viu sua votação ser reduzida quase pela metade, além do desgaste de já ter disputado quatro vezes a prefeitura (tendo perdido todas elas). Já o segundo, anda fragilizado após as declarações dadas no episódio do caso Dalva Sele e o Instituto Brasil. Da base, surgem nomes como o da deputada federal Alice Portugal, que tem boa base em Salvador, é mulher, e um nome fácil de ser trabalhado. Tem ainda o deputado estadual Alan Sanches, do PSD, que também tem base forte na capital baiana, é ligadíssimo ao senador eleito Otto Alencar e foi o vereador mais votado da cidade, na sua última eleição para o Legislativo soteropolitano. Há também o presidente da Assembleia, Marcelo Nilo, que, apesar de não ter densidade eleitoral na cidade, já admitiu o desejo de brigar pela vaga no executivo da capital. Além deles, outros com certeza surgirão, sobretudo, após Rui e Wagner colocarem a mão para ungi-lo como nome forte para o cargo, já que na Câmara Municipal, dos atuais vereadores, nenhum desponta como candidato natural ao pleito.
Já do lado do prefeito ACM Neto, a dúvida apenas é como ele estará nas vésperas da eleição de 2016. Como seus candidatos Paulo Souto (governo) e Aécio Neves (Presidência) perderam a eleição, o prefeito encontrará um cenário mais delicado para gerir a cidade, já que faltam recursos federais e estaduais para alavancar os projetos feitos pela gestão do DEM, na capital baiana. Segundo o titular da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, a eleição não impactará na administração da cidade. “Não muda nada em relação à situação atual. Continuaremos sem receber nada do governo do Estado e quase nada do governo federal, em face das necessidades do município”. Para ele, os investimentos a serem feitos na capital baiana serão viabilizados, em sua maioria, com recursos do próprio município e através de parcerias público-privadas.
Agora, voltando a 2016, como o fôlego eleitoral do prefeito vai depender do resultado de suas ações na cidade, e, por tabela, dos recursos que terá disponíveis para isso, a briga para saber quem assumirá a função de vice na sua chapa também poderá ser arrefecida, já que torna-se difícil de ser concretizado o cenário que se delineava, apontando para a fácil reeleição do prefeito em 2016, fortalecendo-o automaticamente para a disputa ao governo em 2018. Como a expectativa é que Rui faça um governo melhor que o do seu padrinho político, não se sabe se o prefeito se arriscará em deixar o comando do município para tentar uma aventura no pleito estadual. Caso o cenário não esteja favorável a ele, até lá, há quem diga que o herdeiro do senador Antonio Carlos Magalhães desista de tentar o Palácio de Ondina na sucessão de Rui, adiando seus planos para 2022. A conferir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário