ERUNDINA DE VOLTA PARA CASA
Por Mauricio Costa de Carvalho
Hoje, há pouco, Luiza Erundina filiou-se oficialmente ao PSOL 50 - Partido Socialismo e Liberdade em São Paulo.
Contra a vontade da direção de seu partido à época, o PT, Erundina foi candidata a prefeita nas eleições de 1988. Com uma vitória inesperada, fruto de mobilização e comoção populares, fez uma gestão histórica, de muita luta e enfrentamento com as elites paulistanas. Daquela gestão participaram Paulo Freire e Mario Sergio Cortella, Paul Singer, Marilena Chauí, Erminia Maricato e tantos outros nomes da esquerda socialista.
Como lembrou Carlos Giannazi no ato de filiação de hoje, diferentemente do que fizeram Lula e Dilma, mesmo tendo apoio de uma ínfima minoria da câmara de vereadores e sendo severamente combatida pela imprensa, pela justiça burguesa e pelos empresários, Erundina não cedeu à lógica fácil do fisiologismo, do clientelismo e da subordinação à velha política.
Como Dilma, Erundina foi ameaçada de cassação pelos parlamentares de sua época. Diferentemente da presidente, não cedeu um milímetro em seu programa de mudanças. Manteve seus princípios e compromissos históricos com a classe trabalhadora. Seguindo a aposta na mobilização popular que foi a marca de seu mandato, reuniu dezenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras em um cerco à Câmara que impediu a cassação.
Desde que resolveu disputar as prévias internas para a candidatura à prefeitura com o apoio da ala esquerda do partido, Erundina teve que enfrentar também o boicote permanente da direção do PT com seu programa de conciliação de classes. Dezoito anos após ter ajudado a fundar o partido, saiu do PT e filiou-se ao PSB dirigido à época por Miguel Arraes.
A entrada de Erundina no PSOL é um reencontro da deputada federal com a tradição de uma esquerda coerente, ética, combativa. Durante sua trajetória, especialmente após sua saída do PT, em muitos momentos Erundina desencontrou-se com posições históricas dessa tradição que foi a sua marca, como, por exemplo, quando aceitou ser ministra de Itamar Franco, quando permaneceu - por muito mais tempo que deveria, como admitiu hoje - no PSB mesmo sem ter acordo e confiança naquele partido, ou quando compôs a campanha de Marina Silva em 2014.
Contudo, embora não tenhamos que esconder as diferenças que tivemos embaixo do tapete como fazem os demagogos e hipócritas, é preciso dizer que é justamente por ter optado pelo PSOL para, como afirmou, "construir como mais uma militante e apoiar com a experiência de meus erros e eventualmente de meus acertos, a construção de uma nova política contra essa institucionalidade falida" que Erundina deve ser recebida com alegria.
Como bem registrou o deputado Ivan Valente hoje, as duas ex-prefeitas do PT em São Paulo mostram os caminhos que se pode seguir. Enquanto Marta Suplicy discursava ontem na convenção do PMDB sobre ética na política ao lado de Eduardo Cunha e outros corruptos, Luiza Erundina e seus companheiros da RAiZ vêm ao PSOL retomar a utopia concreta socialista e a aposta em uma nova referência para o povo brasileiro, construída por meio da mobilização popular, como naquela prefeitura dos anos 1990.
Seja bem-vinda.
Hoje, há pouco, Luiza Erundina filiou-se oficialmente ao PSOL 50 - Partido Socialismo e Liberdade em São Paulo.
Contra a vontade da direção de seu partido à época, o PT, Erundina foi candidata a prefeita nas eleições de 1988. Com uma vitória inesperada, fruto de mobilização e comoção populares, fez uma gestão histórica, de muita luta e enfrentamento com as elites paulistanas. Daquela gestão participaram Paulo Freire e Mario Sergio Cortella, Paul Singer, Marilena Chauí, Erminia Maricato e tantos outros nomes da esquerda socialista.
Como lembrou Carlos Giannazi no ato de filiação de hoje, diferentemente do que fizeram Lula e Dilma, mesmo tendo apoio de uma ínfima minoria da câmara de vereadores e sendo severamente combatida pela imprensa, pela justiça burguesa e pelos empresários, Erundina não cedeu à lógica fácil do fisiologismo, do clientelismo e da subordinação à velha política.
Como Dilma, Erundina foi ameaçada de cassação pelos parlamentares de sua época. Diferentemente da presidente, não cedeu um milímetro em seu programa de mudanças. Manteve seus princípios e compromissos históricos com a classe trabalhadora. Seguindo a aposta na mobilização popular que foi a marca de seu mandato, reuniu dezenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras em um cerco à Câmara que impediu a cassação.
Desde que resolveu disputar as prévias internas para a candidatura à prefeitura com o apoio da ala esquerda do partido, Erundina teve que enfrentar também o boicote permanente da direção do PT com seu programa de conciliação de classes. Dezoito anos após ter ajudado a fundar o partido, saiu do PT e filiou-se ao PSB dirigido à época por Miguel Arraes.
A entrada de Erundina no PSOL é um reencontro da deputada federal com a tradição de uma esquerda coerente, ética, combativa. Durante sua trajetória, especialmente após sua saída do PT, em muitos momentos Erundina desencontrou-se com posições históricas dessa tradição que foi a sua marca, como, por exemplo, quando aceitou ser ministra de Itamar Franco, quando permaneceu - por muito mais tempo que deveria, como admitiu hoje - no PSB mesmo sem ter acordo e confiança naquele partido, ou quando compôs a campanha de Marina Silva em 2014.
Contudo, embora não tenhamos que esconder as diferenças que tivemos embaixo do tapete como fazem os demagogos e hipócritas, é preciso dizer que é justamente por ter optado pelo PSOL para, como afirmou, "construir como mais uma militante e apoiar com a experiência de meus erros e eventualmente de meus acertos, a construção de uma nova política contra essa institucionalidade falida" que Erundina deve ser recebida com alegria.
Como bem registrou o deputado Ivan Valente hoje, as duas ex-prefeitas do PT em São Paulo mostram os caminhos que se pode seguir. Enquanto Marta Suplicy discursava ontem na convenção do PMDB sobre ética na política ao lado de Eduardo Cunha e outros corruptos, Luiza Erundina e seus companheiros da RAiZ vêm ao PSOL retomar a utopia concreta socialista e a aposta em uma nova referência para o povo brasileiro, construída por meio da mobilização popular, como naquela prefeitura dos anos 1990.
Seja bem-vinda.
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